De A a Z: o significado do que sentimos ao amar: me sentindo culpada

Sentimento – verbete – explicado a partir do e-mail enviado por esta leitora:  

“Olá, estou em uma fase muito difícil de minha vida sobre relacionamentos, namoro há três  anos e estamos morando junto há seis meses, mas está um inferno e decidimos terminar. Ao invés de pensar as coisas ruins, penso que estou errada de tudo me sentindo culpada; é uma dor que parece que nunca vai passar. Preciso de ajuda. Obrigada!”

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Por Anette Lewin

Ah a culpa! Esse sentimento tão ambíguo e tão frequente…

De onde vem e para onde esse sentimento nos conduz?

Bem, a culpa está intimamente ligada à empatia, que é a capacidade de nos colocarmos no lugar dos outros e entendermos quais são seus sentimentos. Quando percebemos que magoamos ou machucamos o outro com nossas atitudes ou quando achamos que poderíamos tomar atitudes diferentes das que tomamos nasce uma sensação nada agradável que chamamos de culpa.

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Apesar de ser um sentimento incômodo, a culpa é um sentimento necessário numa sociedade civilizada. Sem ela voltaríamos ao estágio ‘pré-civilização’, onde os instintos dominavam; ou onde a vontade de alguns esmagavam a de muitos. A civilização elaborou regras de conduta com o objetivo de respeitar ao máximo as necessidades de todos: “não faça ao próximo o que não queres que façam a você”, diz a regra número um dessa cartilha moral. E quando essa regra é desrespeitada a pessoa que consegue se colocar no lugar do outro tende a se sentir culpada.

Mas como qualquer sentimento, culpa em excesso acaba sendo prejudicial. Afinal, se os outros e seus sentimentos existem, nós e os nossos sentimentos também existimos. E devemos refletir qual o sentimento que deve ser priorizado em cada situação de relacionamento que vivemos.

Em seu e-mail você relata que se sente culpada porque o casal decidiu terminar um relacionamento que estava um inferno e atribui a culpa toda a você. Será que só você desrespeitou os sentimentos do seu parceiro? Claro que não! Quando as brigas passam a dominar a relação de forma absoluta, acende-se o sinal vermelho. A relação está em perigo e algo deve ser feito. Buscar as causas de tanta briga pode ajudar, mas nem sempre resolve. Parece que no caso de vocês não resolveu.

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Então, para diminuir essa “dor que parece que nunca vai passar”, tente tirar dos seus ombros a responsabilidade total pelo que aconteceu no relacionamento. Dividir a “culpa” com o parceiro, se não resolve, pelo menos alivia. E comece a retomar as rédeas de sua vida pessoal. Afinal, no meio de tanta briga conjugal nenhum de vocês deve ter tido tempo de pensar nos seus próprios projetos. Está na hora de começar a voltar ao centro de sua própria vida. O que passou passou e torturar-se com culpas supervalorizadas não vai ajudar. Use a culpa como uma forma de rever seus comportamentos e questioná-los, mas não deixe que ela se torne a emoção preponderante em sua vida. Culpa em excesso só derruba e traz sentimentos de impotência. Troque-a por novos objetivos, novas ações e novas parcerias. Certamente você se sentirá bem melhor.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.