por Roberto Goldkorn
Nessa semana meu irmão me pediu para encontrar umas fotos suas da época em que lutava jiu-jitsu, quarenta e tantos anos atrás. Outro amigo começou a me mandar fotos de sua juventude. “Coincidentemente”, ambos estão vivendo momentos muito complicados no presente. Mas será que há alguma relação? Sim, há um tipo de personalidade que busca se refugiar no passado sempre que as coisas não vão bem no presente, e isso pode se tornar um problema.
Tentar recuperar o passado, os “dias de glória” (que na maioria dos casos nem tanta glória assim tiveram) acaba roubando o foco real naquilo que está afligindo o presente. É quase sempre uma atitude escapista. Mas não é só isso. Esse comportamento se for sistemático, pode esconder uma psicose grave cuja característica é reter seletivamente a energia do passado para maquiar ou driblar a vida que brita a cada agora.
Freezer mental
Isso se manifesta também na retenção de traumas, mágoas, ressentimentos, desejos de vingança ou pendências que ficaram em aberto, mas que ao invés de serem encerradas, ou enterradas são mantidas num freezer mental por algum motivo mórbido. Infelizmente, a retenção dessas memórias, mantendo-as “respirando por aparelhos” tem um alto custo para o indivíduo.
Muitas doenças físicas e mentais são frutos da reação do organismo pela presença desses corpos estranhos insepultos na nossa vida. Existem estudiosos que pesquisam exatamente onde essas dores do passado ainda ativas vão se manifestar e o que irão causar a médio e longo prazo. Outros especialistas advogam técnicas de localizar e deletar esses programas envenenados, liberando assim as dores e enfermidades que possam estar causando e nos permitindo emagrecer psicologicamente.
Abandone o que não serve mais
Mas embora eu acredite na eficácia de todos ou quase todos esses métodos, existe uma maneira bem mais descomplicada e acessível para retirar esses esqueletos do armário: Perdoar! Não se assustem quando peço que perdoem aquele inimigo mortal, aquele parceiro traidor, aquela pessoa que transformou a sua vida num inferno. Não lhe peço para absolvê-los da culpa. Só lhes peço que os tirem de dentro de você. Não lhe peço que passem a vê-los como pessoas normais, que não são, nem como vítimas que também não são, apenas os arranquem de vocês, deixe que se vão.
Liberação e luz
Faça um despejo real e depois que os jogarem para fora, uma faxina de Luz se faz necessária. Para isso digam qualquer coisa do tipo: “Saia daqui, estou liberando-me de você, eu perdôo, me desculpe por permitir ter sido eu a cruzar o seu caminho. A partir de agora, você e o resultado de suas ações não habitam mais em mim. No seu lugar uma Luz intensa de Amor, e de Sucesso e de Saúde Perfeita está agora brilhando. Adeus”.
Talvez você precise fazer isso mais de uma vez. Muito provavelmente nas primeiras vezes será uma coisa mecânica, artificial, sem sinceridade, não se amofine, isso é normal. Mas insista. Procure ver uma imagem de um vento forte arrancando essa pessoa e a mancha da emoção que gerou em você. Se isso lhe provocar choro, chore. Mas lembre-se de no final rir. Se for difícil rir por último, apenas sorria. Se achar que vale a pena queimar alguma coisa física relacionada a esse ofensor, queime: Fotos e cartas são bem-vindas à fogueira da libertação.
Depois desse microritual saia para andar. Procure sentir um ar totalmente novo entrando pelas suas narinas e lhe enchendo os pulmões. Cumprimente as pessoas, sorria para elas, sinta-se vivo, seja grato, perceba como está mais leve, se duvidar vá pesar-se, algumas gramas você certamente perdeu. Repare como suas costas estão mais eretas, seus ombros mais erguidos. Você agora está até mais atraente. As pessoas vão te olhar com mais benevolência e isso não é graças ao desodorante do anuncio da TV. Você está mais rejuvenescido MESMO.
Uma carga mortal saiu de dentro de você, e com ela todas as doenças e enfermidades que aproveitam a brecha. Você está focado no seu presente sem arrastar um rabo de maus sentimentos e emoções pérfidas. Tudo é possível agora. As boas coisas começam a acontecer na sua vida. Agradeça, regozije-se. Ah… mais uma coisinha: quem vier lhe trazer mágoas ou lixo do passado diga entredentes e sorrindo: “Só a felicidade me interessa!”