Da Redação
Exaustão emocional, dor de cabeça e muscular e cansaço excessivo são alguns dos sintomas associados constantemente ao estresse do dia a dia. Embora muitos ainda não saibam, mesmo que aparentemente normais, eles também podem ser sinais de alerta para a Síndrome de Burnout, mais conhecida como esgotamento profissional.
De acordo com pesquisa realizada entre 2013 e 2014 pela International Stress Management Association (Isma), 72% dos entrevistados brasileiros sofrem com estresse e 30% deles apresentam a doença. As demissões em massa, em meio à crise econômica enfrentada pelo País, é um dos fatores que contribui para esse cenário. Afinal, o mercado de trabalho se torna cada vez mais competitivo e os profissionais se sentem pressionados por melhores qualificações e bons resultados. Com isso, assumem cargas excessivas de atividades e responsabilidades para atender às exigências da empresa.
Para a psicóloga Lívia Vieira, os profissionais focam demasiadamente suas vidas no trabalho e, quando não conseguem o reconhecimento esperado, perdem o estímulo para desempenhar a função. “Essa desmotivação surge da falta de reconhecimento, ou seja, quando o colaborador é obstinado, faz de tudo para se destacar em seu emprego, procura dar o seu melhor e, com isso, passa a medir sua autoestima pela capacidade de sucesso profissional. Porém, ele se sente frustrado quando percebe que não é valorizado como gostaria”, explica.
Com tanto esforço, é natural que em algum momento o estresse aumente e o corpo dê sinais, podendo mudar o percurso e chegar a um nível severo de esgotamento, levando – em alguns casos – até à depressão. “Após tanto se dedicar, a capacidade física e mental do profissional começa a ficar debilitada, com estresse em fase aguda, o que afeta o psicológico. O corpo literalmente adoece, pois toda essa situação diminui a imunidade”, afirma.
A intensidade da doença varia conforme a carga que cada pessoa se impõe e nas próprias cobranças internas.
Profissões mais afetadas
Entre as carreiras com mais profissionais diagnosticados com a Síndrome de Burnout estão: bombeiros, policiais, professores, bancários, médicos e enfermeiros.
Segundo Lívia, as possibilidades de tratamento variam de acordo com o estágio da doença, pois em alguns casos, o problema pode ser resolvido com auxílio de um psicólogo. Em outros, é preciso tratar com medicamentos.
Dicas para evitar a Síndrome de Burnout:
Tenha um objetivo
Se você trabalha por obrigação e não por que realmente gosta e não sente satisfação ao executar suas tarefas, terá mais chances de desenvolver a doença, pois a infelicidade profissional pode causar estresse crônico. Portanto, faça do seu local de trabalho um ambiente prazeroso e se mantenha sempre motivado.
Priorize suas atividades
Coloque em primeiro lugar as demandas que realmente são importantes e simplifique a sua rotina. Muitas pessoas querem fazer tudo ao mesmo tempo e acabam trabalhando em excesso e, assim, ficando mais cansadas e se tornando um forte candidato à síndrome.
Se organize
Tenha controle do seu tempo, pois isso é muito importante para evitar o esgotamento. Saiba separar a vida profissional da vida pessoal e sempre reserve um tempo para família, amigos e lazer.
Atividade física
Para eliminar o estresse adquirido no ambiente de trabalho, procure fazer atividade física, de preferência algo que você goste. Pode ser aulas de dança, arte marcial ou, até mesmo, uma caminhada em praças e parques.