por Anette Lewin
"Sou dependente financeiramente do meu marido e ele se acha o todo-poderoso e joga na minha cara: pago suas contas, etc. Como devo me comportar no momento?"
Resposta: Primeiramente é necessário você se perguntar como a situação de cobrança começou. Provavelmente, quando vocês resolveram morar juntos, o assunto foi abordado e vocês combinaram algumas coisas, não é? Relembre qual foi esse acordo: ele trabalharia e você cuidaria da casa? Os dois trabalhariam? Ele sustentaria a casa até você arrumar um emprego? Como você percebe, essa cobrança pode ser justa, se vocês combinaram algo que você não está cumprindo. Ou injusta, se vocês combinaram, por exemplo, que seu trabalho seria cuidar da casa (e dos filhos se você os tem) e ele sustentaria a familia , e você vem fazendo isso de maneira eficaz.
Se o trato de vocês foi ambos trabalharem e você não está trabalhando, o melhor seria você pensar em tentar arranjar um trabalho o mais cedo possível. Além de dar a você mais liberdade, certamente ajudaria a melhorar sua autoestima e consequentemente levaria a uma maior consideração por parte dele. Se porém, vocês combinaram que só ele trabalharia, talvez você esteja passando a ele uma sensação de que apenas aproveita do conforto que ele proporciona e não faz sua parte. Nesse sentido vale uma conversa onde você poderá expor seu ponto de vista sobre o que faz para colaborar com a vida em comum: trabalho de casa, cuidado e apoio afetivo para ele, etc.
Caso vocês nada combinaram explicitamente e a situação foi acontecendo sem planejamento, está na hora de definir qual a colaboração que cada um trará ao casamento. Lembre-se que na sociedade em que vivemos o poder do dinheiro é muito grande e, por essa razão, quem o tem nas mãos às vezes acredita que pode "comprar" com ele o que quiser, inclusive a submissão do cônjuge.
Como você pode perceber o equilíbrio na vida a dois depende da sensação de igualdade participativa por ambos. Não necessariamente trazendo dinheiro, mas trazendo algum esforço pelo bem-estar comum. Como essa sensação é extremamente subjetiva, é importante que se converse sobre ela de tempos em tempos.
Da próxima vez que você ouvir "pago suas contas", tente encontrar algum argumento que a faz digna de ter suas contas pagas por ele. Se não encontrar… está na hora de alguma mudança no seu comportamento no sentido de se tornar mais colaborativa na relação. Ou de aceitar a submissão como moeda de troca.