Dependência emocional: você tem dificuldade em pedir ou em aceitar ajuda?

Por Thaís Petroff

Resolve suas coisas só, sem querer depender de ninguém?

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Odeia se sentir vulnerável ou frágil?

Dá muito e recebe muito pouco?

Faz muito pelas outras pessoas?

No fundo, tem um sentimento de não ser boa/bom o suficiente?

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Sente muito medo de ser rejeitada(o) ou abandonada(o)?

Sabia que todos esses sintomas são da DEPENDÊNCIA EMOCIONAL e que todo mundo sofre com isso, com mais ou com menos intensidade!

Todos nós temos nossos vazios internos que surgiram de necessidades emocionais que não foram atendidas em nossa infância, mesmo que nossos pais, avós, professores etc tenham se esforçado e feito seu possível.

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O nome dependência emocional surgiu do termo codependência emocional, que foi utilizado inicialmente para descrever o modus operandi de pessoas que se interessavam e se envolviam com outras que tinham vícios, como álcool ou drogas. Posteriormente, se percebeu que esse comportamento de ser atraído por pessoas com problemas, estar sempre disponível para ajudar dando tudo de si, colocando muito foco e se envolvendo demais com a vida do outro, não acontecia somente nesses casos. Havia pessoas que tinham esse padrão de comportamento e continuamente adentravam em relações (de amizades, de trabalho, amorosas) em que ocupavam esse lugar de olhar demais para o outro e de menos para si.

Características da dependência emocional

Existem dois perfis de dependentes emocionais e, inclusive, podemos ao longo da vida sair de um e passar para o outro.

Há aquelas pessoas que são super “donas de si”, independentes e que aparentam não precisar de ninguém. Fazem as coisas sozinhas (ir ao cinema, sair para comer, sair para dançar, tocar seus trabalhos etc) e passam bastante tempo sós. Odeiam pedir ajudar e fazem de tudo para se virar sem aceitar a ajuda de outros. Morrem de medo de serem vulneráveis.

E aquelas pessoas que têm muita dificuldade em tomar decisões sozinhas; não gostam nenhum pouco de ficarem sós ou fazerem coisas sem companhia; geralmente pulam de uma relação amorosa para outra e se desdobram em cuidar e ajudar os outros (principalmente quando se trata de relação amorosa) dando muito sem quase receber em troca.

Aparentemente esses dois perfis não têm nada em comum, não é mesmo?! Mas, tem sim. O que há em comum é que há uma dificuldade MUITO grande de olhar para si e sentir suas próprias emoções, além do medo visceral de sofrer rejeição ou abandono. A diferença é como cada uma das pessoas vive e lida com isso. Por isso resulta em dois perfis comportamentais distintos.

Vamos olhar para mais algumas características da dependência emocional?

– Pessoas com problemas te atraem enquanto as “normais” não te chamam a atenção? (problemas todo mundo tem, mas você saber que alguém pode precisar de ajuda, já te faz se sentir útil e você já começa a pensar em como ajudar, salvar ou resolver o problema da pessoa? Inclusive quando faz isso é muito fácil de você passar por cima de si, do seu tempo e das suas coisas?);

– Dá mais do que o necessário (muitas vezes nem espera o outro pedir e tenta até “adivinhar” o que o outro quer ou precisa) e dá até mais do que pode; para se sentir útil, necessária e criar um sentimento de gratidão (e na sua percepção um laço – que na verdade é uma tentativa de amarra) e depois se frustra porque quase não recebe. O não receber do outro é inclusive uma queixa muito comum;

– Tolera MUITO mais do que aguenta (nas relações familiares, com amigos, no trabalho, nas relações amorosas);

– Tem MUITA dificuldade em dizer não e colocar seu limites;

– Se dispõe a assumir mais do que 50% das responsabilidades da relação ou situação.

– Tem MUITO medo de depender e precisar;

– Busca reconhecimento de fora;

– Tenta consertar parceiros, amigos, resolver tudo;

– Busca ter relações simbióticas onde parece que há muita intimidade, mas na verdade se está abrindo mão de si e de olhar para si, para viver a vida do outro. No fundo morre de medo de ter intimidade de verdade. Ou seja, de ser conhecida pelo outro (pois, não se acha boa o suficiente, que pode ser amada do jeito que é e, assim morre de medo de ser rejeitada e abandonada);

– Tem MUITA dificuldade em receber, inclusive tem a crença de não merecimento;

– Muitas vezes busca pessoas incapazes de amar, que tem dificuldade de se entregar, que não estão disponíveis e quando encontra alguém que está realmente disposto, não tem interesse (isso está associado a essa dificuldade em receber e sentir que merece, então se busca e se constrói relações onde não há isso);

– Não se dá um tempo para saber se realmente tem interesse e gosta da pessoa com quem estão saindo e conhecendo e, se realmente quer estar com ela. Por conta da carência e do medo de ficar só, acaba buscando ao máximo fazer aquela relação vingar. O medo de não dar certo ou de ser abandonada é tão grande, pois acredita que nunca irá encontrar o amor. Então acaba tentando fazer dar certo com qualquer um. É a busca de provar que pode ser amada.

– Crença de que não pode ser amada por quem se é;

– Geralmente não sabe do que gosta e tem muita dificuldade em saber o que fazer com o seu tempo livre, dificuldade de relaxar e de se divertir;

– Pode ficar em relações que não satisfazem, mas não termina para não ficar só;

– Se desculpa mesmo não estando errada e abre mão de si para não correr o risco do outro ir embora;

– Podem usar o sexo para seduzir ou como uma forma de atrair;

– Podem sim passar longos tempos sozinha, mas sempre se ocupando de algo (trabalho, atividade física; compulsões como: leitura, arrumar a casa, comer, até a busca por autoconhecimento e espiritualidade), tudo para não parar e sentir, sempre fazendo algo para não ficar realmente consigo;

– Perde o interesse em sua própria vida e deixa de dedicar tempo às suas próprias coisas quando estão se relacionando (hobbies, amigos etc;)

– É muito mental; pensa muito buscando controlar as situações ou idealizando-as. É comum ser ansiosa e essa ansiedade encobrir outros sentimentos que não quer sentir.

E tem cura?

Minha visão de cura é sanar completamente um problema de modo que ele não exista mais. Como quando curamos um resfriado ou algum problema físico. Portanto, não existe cura da dependência emocional já que não é algo que você tem como arrancar ou retirar de você. Mas sim, tem solução. Existem ações que podemos ter para lidarmos cada vez melhor com nossas questões, dificuldades e medos e com isso ficarmos cada vez menos reféns deles. Assim, podemos dizer que há um processo de cura. Essas ações perpassam pelo autoconhecimento e pelo aumento de autoconsciência. Só assim você modificará aos poucos esse modus operandi, já que a dependência emocional é justamente um apanhado de comportamentos que desenvolvemos e mantemos para evitar de sentir medo e ativar algumas crenças negativas que temos. O caminho é perceber e se abrir em fazer diferente, pouco a pouco.

Se quiser saber mais sobre a dependência emocional e sobre que estratégias você pode utilizar para ir vencendo-a, te convido assistir a esse vídeo no qual me aprofundo um pouco mais e dou diversas dicas: http://www.youtube.com/watch?v=QqQznGyrgyg

Fonte: www.thaispetroff.com.br