Por Eduardo Ferreira Santos
E-mail enviado por uma leitora:
"Estou com 66 anos, mas quando me arrumo para ir trabalhar, todos acham que pareço bem menos. Divorciada desde os 50, vivia só com minha filha, até que ela resolveu ir morar sozinha. Aos 60, comecei me sentir muito triste. Hoje sinto muita tristeza, desânimo, fico irritada com tudo e até às vezes um pouco ignorante. Minha filha mora perto de mim, mas nunca vem me ver, só fala comigo pelo WhatsApp, isso esta me matando. Não sinto ânimo nem vontade de sair, de passear, de arrumar minha casa, de cozinhar, de fazer caminhada; planejo fazer tudo isso, mas não consigo realizar nada. Qualquer coisa me irrita, meu Deus! Fico irritada e brigo por qualquer besteira, choro muito, por não aceitar tudo isso. Fui a um psiquiatra mas, ele ficava brincando, não me deixava falar o que estava sentindo, dizia que quem tinha que falar era ele e ficava rindo. Disse que ia passar um tal remédio. Aí eu falei que não queria remédio, pois iria me deixar lerda, dopada, aí ele falou, ‘então vou passar outro’. Perdi a confiança e saí de lá pior que entrei. É muita tristeza, desânimo, falta de interesse por tudo que gostava, sem motivo nenhum pra viver. Me ajude por favor. Obrigada."
Resposta: O que parece que está acontecendo é um tipo reativo de depressão, chamada de “Síndrome do Ninho Vazio”, que acomete muitas pessoas que dedicam seus esforços emocionais em apenas um “alvo” e quando este deixa de ser objetivo de vida, tudo desaba.
Acredito que seria bom mesmo procurar uma psicoterapia para encontrar o objetivo da vida em você mesma e, se for o caso, uma medicação adequada pode ajudar nesse período de transição do foco do “outro” para si mesma!
Procure um terapeuta, seja um psiquiatra ou psicólogo.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento.