por Thaís Petroff
Somos muito bons em dar desculpas diante das situações nas quais não nos saímos bem ou temos dificuldades.
Ao invés de assumirmos a responsabilidade por aquilo, criamos inúmeras explicações e teorias. Não olhamos de frente para a situação e encaramos o quanto somos ou fomos responsáveis por algo, mas buscamos uma forma de justificar ou negar o nosso envolvimento.
É muito mais fácil culpabilizar outra pessoa ou o ambiente externo pelas coisas que acontecem conosco. Bem como é muito mais fácil também fazer as coisas sem pensar nas consequências e depois desculpar-se por elas. Isso não resolve a situação e nem faz com que futuramente hajamos de outra maneira a fim de evitar aquele mesmo resultado. Sem aprendizado não há mudança, sem mudança nunca haverá outro desfecho.
Desculpas são maneiras que temos para não nos responsabilizarmos pelos nossos comportamentos. Podemos fazer algo e nos arrepender disso. O arrependimento pode ser sincero, mas ele não é garantia de aprendizado, de mudança. Para que essa ocorra é preciso que haja disciplina, é preciso que haja comprometimento. Comprometimento e desculpas são contrários um ao outro.
Comprometer-se não é fácil, exige entrega, esforço e que tome para si o que é seu. Enquanto se nega essas variáveis, o resultado sempre será utilizar-se de desculpas (isentando-se da responsabilidade) ou ainda culpabilizar-se (punindo a si mesmo). Nenhuma dessas duas atitudes garante comprometimento e, portanto, não há como as coisas serem diferentes no futuro.
Aceitar as situações, avaliar as condições e com base nisso assumir o que será feito (ou também o que não será feito) não dá margem para desculpas. As desculpas vêm quando queremos negar a realidade, fantasiando-a para que não fique tão pesada para nós. Amadurecer é justamente aceitar os limites e comprometer-se com seus comportamentos e consequências.