por Emilce Shrividya
A Psicologia do Budismo Tibetano nos ajuda a entender a natureza sutil da mente e como transformá-la em uma mente pura e clara como um cristal. Mas para isso, temos que purificar a mente dos três grandes venenos mentais: o apego, a raiva e a ignorância.
Esses venenos mentais são resultantes do fato de pensarmos que as coisas existem por si só e que são permanentes. Não queremos aceitar que tudo está em constante transformação e tudo está interligado. Podemos até compreender essas verdades racionalmente, mas nossa percepção da realidade está distorcida.
Existem seis emoções básicas:
1. Apego isto é, desejo ou ansiedade por possuir;
2. Raiva, hostilidade, ódio;
3. Ignorância, ilusão;
4. Orgulho, arrogância;
5. Dúvida ou suspeita;
6. Visões falsas ou errôneas.
Sendo que as três primeiras são chamadas de 'Os Três Venenos mentais', porque são as mais graves.
A Filosofia do Yoga nos ensina a não ser mais dominados pela emoção. Através das práticas de meditação, aprendermos a ser o observador, a ser a presença que observa. Aprendermos a ter autodomínio sobre as emoções e assim sermos mais livres, serenos e felizes.
Muitas vezes, não podemos controlar uma emoção ou impedir que ela surja, mas podemos impedir que ela assuma o controle sobre nós.
Aprenda aqui como meditar – veja aqui
Com as práticas regulares de meditação, você se tornará capaz de escolher emoções positivas e construtivas. Vai adquirindo o poder interior de descartar as emoções negativas e destrutivas.
Desenvolva também a prática da contemplação, que é habituar-se a perguntar a si mesmo o que está acontecendo com você mesmo naquele momento.
Sem julgamentos, sem críticas, apenas observe. Seja bem sincero para se autoconhecer e assim vencer os venenos da mente e as emoções negativas.
Pergunte a você mesmo:
“Estou guardando raiva? Estou remoendo ressentimentos?” “Estou irritado? Tenho agido com agressividade ou impaciência?”
“Tenho muito ciúme? Sinto inveja do sucesso e alegria dos outros?”
“Sou muito apegado às minhas coisas? Estou sempre estressado e com medo de perder meus objetos?”
“Estou sendo arrogante ou me sentindo mais que os outros?”
“Tenho consideração e respeito pelos idosos, pelas pessoas mais carentes?”
“Ouço com atenção e interesse o que os familiares e amigos me falam? Ou sou desatento e distraído?”
“Estou ansioso para dar esse telefonema agora? Estou preocupado com o que vou dizer ou com o que a pessoa possa me dizer?”
“Aceito as mudanças da vida? Ou sou resistente a qualquer mudança?”
“Estou triste e melancólico”? “Tenho falta de confiança e falta de fé?”
“Eu me sinto preguiçoso? Estou sem concentração e distraído nas atividades diárias?”
“Eu me sinto desinteressado pelo meu trabalho ou para ajudar as pessoas?”
“Eu me sinto revoltado com minha condição financeira atual”? “Não aceito a situação real da minha vida e do meu trabalho”?
Responda a essas perguntas com sinceridade. Esteja atento às desculpas do ego que não quer ver os próprios erros e se acomoda, pois é resistente às mudanças.
Aceite que pode transformar sua mente e, com autoesforço e determinação, transforme sua mente em uma mente calma e confiante.
Para superar essas emoções negativas e destrutivas é importante desenvolver as virtudes como ensina a Psicologia do Budismo Tibetano:
Onze fatores mentais virtuosos:
1. Fé
2. Sentido do que é correto
3. Consideração pelos outros
4. Desapego
5. Não raiva ou imperturbabilidade
6. Não confusão
7. Prseverança entusiástica
8. Flexibilidade
9. Retidão mental
10. Não violência
11. Equanimidade
As emoções positivas podem estar encobertas pelas emoções negativas. Devido a isso, o desenvolvimento espiritual é comparado ao ato de descascar uma cebola. Cada camada retirada expõe a outra camada abaixo. Na medida, que as camadas mentais e emocionais negativas são retiradas, as qualidades positivas são desvendadas.
Temos que nos dar conta que estamos sofrendo por causa do estado interno de tensão e expectativa da mente. Deve-se perceber que esse sofrimento está sendo causado pelas emoções destrutivas que nos deixam inseguros, ansiosos e inquietos.
Para o desenvolvimento interior, é muito importante perceber que é possível nos libertar dos venenos da mente e das emoções negativas. Precisamos perceber a bondade fundamental dentro de nós e valorizar o que temos e somos.
Necessitamos de coragem e confiança para superar o que surgir em nossas vidas com aceitação e paciência. E assim desenvolver emoções construtivas que nos aquietam e nos dão a capacidade de cuidar tanto de nós mesmos como dos outros.
No caminho da busca do equilíbrio e do autoconhecimento, não podemos nos acomodar ou sermos resistentes à mudança. Precisamos nos sentir motivados para transformar nossa mente inquieta em uma mente tranquila, bondosa, paciente e confiante. Dessa forma, a cada dia vamos nos sentindo melhores e mais realizados!
Namastê! Deus em mim saúda e agradece Deus em você! Fique em paz!