por Marta Relvas
A memória é a função cerebral que mais se encaixa com o dito de que "a função faz o órgão". Se praticada intensamente, é mantida, do contrário dissolve-se no esquecimento.
Como é processada nossa memória neurobiológica?
As informações perpassam pelos nossos sentidos, chegam aos neurônios, estes traduzem a realidade através de sinais elétricos e bioquímicos, traduzindo-se em um arquivo quando repetidos
A evocação da memória está relacionada na reversão dos sinais bioquímicos ou estruturais em elétricos, e assim, novamente os sentidos e a consciência passam a interpretá-los como pertencendo a um mundo real.
Se por um lado a história de cada indivíduo se limita à sua memória, um dos maiores estudiosos da memória, o norte-americano James Mc Gaugh, citado por Izquierdo, (2011, p.22) disse que "a característica mais saliente da memória é o esquecimento."
A importância do esquecimento relaciona-se à manutenção da sanidade cerebral. Precisamos esquecer, "jogar no lixo" informações inúteis, não mais necessárias ou irrelevantes, para abrirmos espaços para novas memórias e ou combinações – interconexões das mesmas. Esse é o motivo pelo qual, imensa maioria de tudo aquilo que se aprende, de todas as inúmeras memórias que se formam na vida, se extingue ou se perde.
Só se memoriza aquilo que nos faz sentido e que nos promove significado, quando compreendemos.
Esquecer do inútil e nocivo, e lembrar do útil e prazeroso, certamente consiste em uma boa fórmula para a manutenção de um cérebro saudável.
Para Izquierdo (2011, p.40), a melhor forma de manter viva a memória, em geral, é por meio da leitura.
A melhor forma de manter viva cada memória em particular é recordando-a. Mas nem sempre isso é possível, e certamente não desejável.
Dica de hoje:
Devemos nos aprimorar na prática da arte de esquecer.