por Thaís Petroff
“Seja o problema que for, a maneira como o vemos influenciará fortemente o modo de lidar com ele”
Todos temos ou já tivemos preocupações. Estar vivo nos leva a enfrentar diariamente diferentes tipos de problemas: alguns mais simples, os quais geralmente resolvemos tranquilamente e outros mais complexos com os quais podemos nos enroscar e nos causar sofrimento.
No entanto, independente do tamanho ou complexidade do problema, na essência eles são todos iguais: algo que nos incomoda ou que não está como gostaríamos. Assim, precisamos encontrar uma maneira de modificar o status quo de modo que fiquemos mais em paz. Sendo assim, a resolução de um problema envolve uma ação no ambiente e/ou uma mudança de percepção.
Há problemas que serão resolvidos com um comportamento. Exemplo: se você chegar em casa e não tiver algo para comer pode ir ao mercado ou pedir comida.
Há outros problemas que dependerão mais de sua mudança de percepção. Exemplo: meu marido chegou do trabalho e me disse algo que me chateou. Posso buscar compreender que ele estava cansado e irritado e que não mediu suas palavras ao falar consigo e perdoá-lo.
Já, há outros problemas que envolvem tanto uma mobilização cognitiva quanto comportamental. Exemplo: moro com meu marido e estamos sem faxineira. Brigamos pois, a casa está suja e bagunçada e um joga sobre o outro a culpa pela situação. Uma solução é cada um admitir que tem sua responsabilidade pela sujeira e bagunça e criar uma escala com divisão de tarefas e grudar na geladeira para controle de ambos.
Percepção do problema
Seja o problema que for, a maneira como o vemos influenciará fortemente o modo de lidar com ele.
Se nos é comum catastrofizar e visualizar um cenário negativo à frente ou ainda que não conseguiremos lidar com ele, estamos com uma visão pessimista, a qual nos trará muita “pré-ocupação” e consequentemente ansiedade. Tal atitude pode nos paralizar diante do que imaginamos ou ainda ficar atarantados e correr de um lado para outro como baratas tontas tomando decisões impulsivas.
Outra possibilidade é criar cenários por demais positivos, buscando ser otimistas, mas sem levar em conta os dados de realidade. Visões pollyanas também não são eficientes uma vez que mascaram a situação e nos impedem de entrar em ação de forma eficaz.
Por outro lado, se adotarmos o que na TCC chamamos de “otimismo realista”, que é visualizar a situação exatamente como se apresenta a você (observando os dados de realidade) e, diante disso, projetar bons desenrolares diante de suas decisões e ações; então isso lhe trará tranquilidade e motivação diante desse problema a ser resolvido.
Predisposição e resultado
Nossa predisposição (como nos dispomos) diante do problema pode definir o resultado. Se já nos colocamos de modo pessimista ou até otimista ao extremo, teremos uma visão distorcida do contexto, o que influenciará nosso comportamento.
Como para resolver qualquer problema precisamos tomar uma atitude (mesmo que seja uma mudança interna, de como percebemos a situação), precisamos então, necessariamente, de uma boa perspectiva para agirmos com eficácia. Nos perdermos em preocupações ou devaneios negativos ou positivos não gerará resultado concreto algum. Dessa maneira o que precisamos é criar a boa base (percebermos a situação de modo realista, mas também com uma projeção positiva) e entrar em ação (ter comportamentos que gerem ou que possam gerar bons resultados).