por Eliana Bussinger
Algumas decisões que tomamos ao longo da vida são fundamentais para a construção da nossa tranquilidade financeira.
Mas poucas são tão importantes quanto à escolha que fazemos dos nossos parceiros, especialmente as pessoas com quem iremos nos casar.
Relações financeiras saudáveis não podem ser cegas e baseadas unicamente no amor ou na atração física. É preciso construir confiança e compromisso para que haja sucesso na vida a dois.
Os psicólogos sabem que uma escolha ruim pode levar à ansiedade, depressão e outras tantas condições que minam a saúde física e mental, instalando-se conseqüentemente as condições que impedem a construção da saúde mental e financeira da família.
Unir-se a outra pessoa apenas movida pela paixão pode significar instabilidade financeira de longa duração.
Muitas mulheres hoje que se divorciam, acabam sozinhas tendo que lutar pela própria sobrevivência e a dos seus filhos.
Uma má escolha, em casos semelhantes a esse, pode perpetuar a pobreza por mais de uma geração, dada a dificuldade de criar e educar os filhos.
Assim, ao conhecer alguém que demonstre interesse por você, e isso naturalmente for recíproco, vá devagar!
Dê si mesma a oportunidade de perceber quem é financeiramente a pessoa com quem você pretende se unir. E se você já se casou, não delegue a seu marido os cuidados com o dinheiro. Participe das decisões, compartilhe com ele as suas angústias e medos.
Não é raro mulheres casadas acharem que tudo está bem e em caso de morte ou separação do parceiro, descobrirem que as finanças não estavam assim tão em ordem quanto elas pensavam.
Logo abaixo, colocarei questionamentos com relação às finanças, que devem fazer parte das suas preocupações com relação ao homem com quem você compartilha ou irá compartilhar a sua vida.
Perguntas básicas para qualquer parceiro
Quanto ele ganha?
Quais os investimentos que estão sendo feitos?
Quais as dívidas que existem?
Para um relacionamento promissor
Você já esteve com o nome em alguma lista de maus pagadores?
Você paga pensão alimentícia? Quanto é? Por quanto tempo será?
Você ajuda seus pais? Quanto é esse valor mensalmente?
Seus pais ajudam você? Quanto? Por quanto tempo eles planejam ajudá-lo?
Você tem dívidas relativas a despesas educacionais? Quando elas serão quitadas?
Você é fiador de alguém? Quem é? Por quanto tempo?
Você paga aluguel? Quanto é?
Seu carro já está quitado?
Você tem negócio próprio? Quanto da sua renda é proveniente desse negócio? Quanto da sua renda mensal ainda é revertida para esse negócio?
Para o marido ou companheiro
Se há investimentos, em qual instrumento? É imóvel? Poupança? Fundos? Em qual banco? Qual é o número da conta da poupança ou da conta corrente?
Onde estão os documentos de registro dos imóveis? Quais as dívidas que seu marido possui? Elas estão em dia?
Quais são os limites dos cartões de crédito? Eles estão sendo pagos integralmente todos os meses ou só os valores mínimos obrigatórios é que estão?
Em caso emergencial, quais os bens mais líquidos que possuímos? Como acessá-los?
Qual é a abrangência do plano de saúde?
E o plano de pensão? Como planejamos viver a nossa aposentadoria?
Quando vamos começar a discutir os nossos planos de longo prazo, os nossos sonhos, os nossos objetivos?
Quem é o advogado que cuida das coisas da família?
E mais:
Com quais bancos você e seu marido têm relacionamento? É possível compartilhar as contas e as senhas?
Os carros estão segurados?
A casa? Onde estão as apólices?
Existe seguro de vida? Quem são os beneficiários dos seguros?
Seu marido investe em ações? Por corretora? Qual é a corretora?
Seu marido participa de alguma associação ou é afiliado à alguma agremiação?
Ele investe em clubes de investimentos? Qual é? Qual corretora administra esse clube?
Claro que você não precisa perguntar dessa forma. Acho que qualquer homem (ou mulher) sairia correndo se fosse inquirido dessa maneira. Não precisa ser seca ou parecer um detetive. O meu objetivo é apenas lembrar que você precisa estar a par da situação.