por Marta Relvas
O dicionário da International Neuropsychological Society define funções executivas como: "habilidades cognitivas necessárias para realizar comportamentos complexos dirigidos para determinado objetivo e a capacidade adaptativa às diversas demandas e mudanças ambientais" (Loring, 1999) citado por Cruz, Toni e Oliveira, 2011, p. 18)
Existem diversas funções executivas, entre as quais podemos citar: a memória de trabalho (memória de curto prazo), o controle inibitório (capacidade de conter os impulsos), a metagonição (capacidade de reflexão sobre o próprio conhecimento cognitivo) e a atenção. Essas servem de alicerce para a estruturação de processos complexos como: planejamento (demanda atenção, memória de trabalho, controle inibitório e habilidade metacognitiva), tomada de decisão (demanda todas as habilidades citadas), flexibilidade cognitiva (mudança rápida de estratégia) e manutenção do foco (capacidade de perseguir seu objetivo, mesmo que seja necessário mudar de estratégias).
As funções executivas têm um importante papel no planejamento e organização de todas as nossas ações, auxiliam monitorando tarefas por meio de autocontrole, criando estratégias e estabelecendo objetivos incluindo raciocínio e lógica.
A principal região cerebral relacionada ao funcionamento executivo é o córtex pré-frontal (Cherkes-Julkowski, 2005). Sendo assim, o córtex pré-frontal é responsável pela organização de toda a cognição e administração das funções executivas.
Podemos comparar o córtex pré-frontal como um maestro com suas várias funções, modulando, ordenando e controlando a intensidade de cada uma delas durante o espetáculo.
Dicas para potencializar as funções executivas do cérebro:
1ª – Dormir bem
2ª – Ingerir água
3ª – Praticar caminhadas
4ª – Em sala de aula: minimize estímulos distratores
5ª – O professor deve sinalizar o que é importante na informação
6ª – Repetir as instruções através da escrita, da fala, visual…
7ª – Dividir as tarefas complexas em tarefas mais simplificadas, envolvendo seus estudantes na rotina da sala de aula
8ª – Reforço positivo: promover sempre elogios
9ª – Crie grupos de tarefas e faça uso do "cantinho de estudos" na sala de aula
10ª – Auxilie na organização do material escolar
Consulta bibliográfica:
Relvas, Marta P. Que cérebro é esse que chegou à escola? Bases neurocientíficas da aprendizagem. 2ª edição, Editora WAK, 2014, Rio de Janeiro.