Da Redação
Para os jovens, usar celular, smartphones, Ipods é "obrigatório".
Porém, a tendência agora são os fones de ouvido. O astro do futebol Neymar, por exemplo, tem sido flagrado com fones pra lá de sofisticados e potentes. Quem aderiu à nova moda deve se atentar para alguns cuidados com o uso desse acessório para não prejudicar a audição. De acordo com a fonoaudióloga Talita Donini, “pesquisas alertam que pessoas com menos de 30 anos têm apresentado problemas auditivos antes mesmo dos seus pais e avós”.
Um dos maiores vilões dos ouvidos são justamente os fones, porque o volume está sempre acima do ideal. “O usuário deve conseguir escutar as pessoas ao seu redor, mesmo com o fone”, diz Talita. Podemos ficar expostos a um som de 85 dB (decibéis), volume equivalente ao barulho do trânsito de uma avenida movimentada, por até 8 horas. Porém, é comum ultrapassarmos este nível. “Um show costuma emitir 100 dB e um aparelho MP3 chega a até 120 dB”, conta a fonoaudióloga.
Há outros fatores prejudiciais presentes no cotidiano como a exposição ao barulho de obras, ao som do carro, celulares e os ruídos constantes de quem vive em grandes cidades. “Como estamos cada vez mais conectados, a audição está recebendo estímulo o tempo todo, o que pode ser nocivo se não estivermos atentos a alguns cuidados”, explica.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, hoje, há pelo menos 800 milhões de pessoas com alguma perda auditiva e esse número deve crescer para 1,1 bilhão até 2015. A surdez é uma das três deficiências mais comuns no Brasil, atingindo quase 6 milhões de pessoas. A fonoaudióloga alerta: “Por ser um problema silencioso, as pessoas levam em média sete anos entre detectar a perda auditiva e o início do tratamento”.
Confira alguns cuidados com os fones de ouvido para manter a saúde auditiva em dia:
• Regule o volume do fone na escala intermediária (se for de 0 a 10, o ideal é 5);
• Guarde os fones em uma embalagem, para não acumular sujeira, o que pode gerar contaminação;
• Respeitar intervalos de repouso sonoro, de preferência de uma a duas horas por dia;
• No carro, feche as janelas para que o som do rádio não compita com o barulho de fora;
• Se usar o fone em um ouvido só, alterne para não sobrecarregar apenas um lado;
• Lembre-se que diminuir o volume às vezes pode ser bom. Quando ouvimos uma música que gostamos, nossa tendência natural é aumentar o som. O ouvido facilmente se habitua à nova sensação e esquecemos que o nível de pressão sonora mudou;
• Ao tirar o fone, caso sinta abafamento, zumbido (chiado, apito ou qualquer outra sensação sonora) ou dor, cuidado: são sinais de superestimulação;
• Se puder fazer uma opção, dê preferência ao uso dos modelos supra-aurais. Tomando cuidado para não ultrapassar os limites sonoros, esses modelos tendem a ser menos nocivos que o fone de inserção;
Em caso de sintomas como zumbido ou ouvido tapado, consulte um médico otorrinolaringologista para avaliar sua audição. “Todos deveriam fazer o exame de audiometria pelo menos uma vez ao ano por prevenção”, finaliza.