por Tatiana Ades
Os opostos podem se atrair de forma extasiante e rápida: "O que não possuo e vejo no outro, quero ter e vice-versa".
A necessidade de viver momentos com alguém que seja mais extrovertido, dinâmico, ou qualquer atributo que eu não possua, irá me atrair, pois estar com alguém é sempre completar em nós o que não temos.
Mas essa atração pode ser perigosa, caso o casal não saiba lidar com as diferenças. Assim, o que antes parecia fantástico na diferença do outro, pode se transformar em raiva e desilusão.
Se as diferenças não forem conversadas, se os limites não forem estabelecidos, essas podem causar brigas, conflitos e separação.
Após a fase da paixão, em que passamos a ver o outro com mais clareza, o que antes me agradava profundamente passa a me irritar e incomodar, trazendo um desgaste até insuportável; principalmente quando as diferenças ficam muito visíveis.
A diferença de idade por exemplo, poderá trazer um conflito de geração. Isso não significa que um casal com diferença significativa de idade não possa se dar bem, mas há um fator de "tempo" que certamente entrará em conflito.
Uma mulher de 30 anos ainda quer sair, se divertir, etc. Um homem de 60 já está em outra fase de vida; busca o aconchego da casa e isso vai gerar conflito. O conflito diminui de acordo com essa diferença, pois os objetivos e metas tornam-se mais semelhantes.
Carreiras diferentes
Certas profissões podem levar uma das partes a sentir ciúme, como namorar uma celebridade por exemplo, onde também a falta de tempo para o outro pode estar presente. Por isso é preciso estar em sintonia com o gosto profissional do outro, mesmo que o seu seja 100% diferente.
Conflitos que se baseiam em ciúme, possessividade, controle do outro por diferenças existentes… sempre podem trazer brigas, discórdias e a possível separação do casal.
Casais parecidos têm mais chances de terem menos conflitos, já que possuem os mesmos gostos, idades próximas, metas em comum e uma rotina de vida similar.
Porém ser parecido demais também tem seu lado perigoso, pois o ser humano em sua complexidade, sempre deseja sentir o "diferente" e a falta de uma estrutura emocional e diálogo pode levar uma das partes a buscar essa diferença tão procurada fora do relacionamento.
Interessante observar que temos a errada percepção de que o parecido não irá nos acrescentar e o diferente sim. Mas o tempo mostra justamente o oposto. Um exemplo é a questão da educação dos filhos, cada um vai querer ensinar dentro de sua concepção de certo e errado.
Dicas para lidar com as diferenças:
1ª) O mais importante é saber entender o outro dentro de sua complexidade e perceber se esse outro te trará paz e felicidade;
2ª) Não adianta sentir o coração bater a mil e no dia seguinte se encontrar na cama chorando porque o outro mais uma vez te decepcionou ou não te compreendeu;
3ª) Equilíbrio é essencial para estabelecer metas em comum; é a chave de tudo, sejam pessoas parecidas ou não;
4ª) Não é preciso ter gostos iguais sempre, basta encontrar alguns;
5ª) Entenda os limites do outro e não entre numa guerra de poder, dominação e submissão;
6ª) Tenha um plano de educação bem traçado em relação à educação dos filhos, estabelecendo valores e exemplos.