por Renato Miranda
Independentemente da atividade ou profissão a pessoa que se envolve com algo considerado importante por ela mesma, vislumbra melhoria de desempenho e consequentemente: sucesso!
Quanto melhor o desempenho, maior é a tendência de manter ou providenciar algo além do mesmo.
Para tanto, uma boa saúde, conhecimento técnico, tomar decisões apropriadas e fortalecimento psicológico (desenvolvimento emocional, mental e das relações sociais) são primordiais e funcionam como pré-requisitos para se obter sucesso.
Crianças experimentam seus primeiros desempenhos através de desafios corriqueiros e, em muitos casos, em forma de brincadeiras como por exemplo: "Quem corre mais rápido?" "Quem salta mais alto?" "Olhe o que sei fazer?" e muitas outras atividades.
No processo escolar formal, o desempenho está sempre presente e independentemente da linha pedagógica da escola, todos (pais, alunos e a própria escola) gostam de perceber progresso.
No esporte, atletas desde a categoria infantil até a categoria profissional, de certa forma, vivenciam o desafio de melhorar o desempenho a cada treino e competição. São exigências físicas, cognitivas e emocionais quase que permanentemente e muitos praticantes, em certo momento, chegam à conclusão que praticar determinado esporte até certo nível (lazer, nível amador e outros) é o suficiente e, para tanto, um desempenho mínimo basta.
Outros atletas chegam à conclusão que podem ir mais além, desenvolvem habilidades em alto nível e o desempenho contínuo é algo que os projetam ao profissionalismo e o empenho para resultados cada vez mais expressivos é uma característica marcante.
Em outras atividades e profissões não é diferente. Alguns evoluem até determinado nível de desempenho e se dão por satisfeitos, outras pessoas, de outra forma, investem em desafios constantes a fim de conquistar um desenvolvimento maior.
Em muitos casos, desde a experiência escolar até em profissões que exigem alta especialidade, nota-se claramente que a interpretação de desempenho efetivamente não acompanha os pré-requisitos descritos no início deste texto (em resumo: desenvolvimento físico, técnico, psicológico e social).
Explicando melhor, há uma tendência da mobilização de esforços para a melhoria do desempenho exclusivo da atividade em questão (desenvolvimento técnico), em detrimento de outros valores, como saúde e harmonia emocional e social (relacionamento humano).
São os alunos que se preocupam exclusivamente em aprender e obter boas notas, o atleta que obtém marcas e resultados almejados e profissionais que fazem de tudo para chegar ao topo da carreira, como por exemplo, professores que se tornam doutores.
A descrição acima não deixa de ser um processo de muito mérito e honroso. No entanto, há o perigo do não desenvolvimento pleno dos outros valores citados anteriormente.
Desempenho em alto nível de maneira plena só é verificado de fato quando atletas de alto nível e doutores, por exemplo, conseguem deixar por onde passam, não somente a marca da competência profissional, mas também um rastro de educação, ótimos valores morais, compreensão, humildade, aceitação dos limites alheios, generosidade, empatia, autocontrole, controle emocional e outros.
Reunir tudo isso, não é tarefa fácil, mas a busca dessas características é o que projeta o verdadeiro desempenho de alto nível.
Não é por menos, que tem muita gente (atleta, doutores, empresários de sucesso etc.) considerada de alto nível, por seus títulos e "posições", mas se avaliarmos bem não saíram do jardim de infância!