por Ricardo Arida
Muitas pessoas podem não reconhecer o nome, mas podem estar familiarizadas com os efeitos da fadiga do sistema nervoso central (SNC).
Sintomas de fadiga
Os sintomas da fadiga do SNC incluem falta de motivação, piora do humor, diminuição da atenção e atividade cognitiva e maior percepção ao esforço físico. Neste sentido, temos uma sensação que estamos fazendo um esforço maior do que o normal para aquela atividade física. Embora esses sejam os sintomas mais comuns, existem também outros sintomas menos evidentes.
Nós sabemos que o SNC controla as várias funções do corpo, como a contração muscular.
A teoria da fadiga do SNC pode ser baseada em alguns pontos:
O primeiro local é no próprio músculo; o segundo é na região que comanda a contração muscular, o SNC. A fadiga no músculo é referida como fadiga periférica enquanto que a fadiga na região de comando da contração muscular é conhecida como fadiga central. Nós estamos mais familiarizados com a fadiga periférica; sabemos o que fazer para recuperar-se dela, como uma nutrição adequada e/ou suplementação nutricional assim como proporcionar um tempo de recuperação suficiente entre as sessões de treinamento. Entretanto, como podemos recuperar a fadiga central? Isto é um assunto que está sendo ainda explorado.
Como que qualquer coisa em nosso corpo, o SNC precisa de energia para funcionar. Especificamente, a função dos neurotransmissores (substâncias envolvidas na comunicação entre as células nervosas), os quais são também responsáveis em enviar sinais do sistema nervoso para os músculos podem estar diminuída. Isto pode também resultar no início de sintomas psicológicos como falta de motivação, baixo estado de humor, etc., como mencionado acima. Da mesma forma dos outros sistemas, o SNC pode ficar sem substrato (energia) devido a uma superexigência ou falta de nutrientes.
Muitas pesquisas têm sugerido o envolvimento dos neurotransmissores serotonina e dopamina na fadiga central pelas suas funções de regulação da percepção sensorial, humor, prazer, etc. Pesquisadores sugerem que o desequilíbrio entre estes neurotransmissores, isto é, aumento dos níveis de serotonina e diminuição de dopamina estão associados com o início da fadiga do SNC.
Boa notícia
A notícia boa é que o treinamento físico apropriado e nutrição adequada podem ajudar a manter níveis ideais destas substâncias no cérebro. O treinamento apropriado significa estar certo que seu corpo tem tempo suficiente para descansar e se recuperar entre as sessões de exercício físico, isto é, não são somente os músculos que precisam se recuperar, o SNC também.
Overtraining e efeitos psicológicos
Os sintomas do overtraining (supertreinamento) não são somente físicos; efeitos psicológicos como: depressão; ansiedade e irritabilidade; diminuição da libido; falta de motivação; perda do desejo competitivo e entusiasmo pelo treinamento são comumente observados em indivíduos com essa síndrome.
No overtraining, acontece uma diminuição do rendimento físico causado por recuperação insuficiente ou excesso de treinamento, com a hipótese de que isso resulte na fadiga do SNC. Várias estratégias foram testadas para diminuir ou evitar a fadiga do SNC induzida pelo exercício físico.
Apesar de não ser o objetivo deste texto especificar os possíveis mecanismos envolvidos para evitar a fadiga central, vale a penar pelo menos citar alguns deles. Pesquisas têm utilizado a suplementação de carboidratos e aminoácidos (leucina, isoleucina, valina – aminoácidos de cadeia ramificada) para manter o equilíbrio da serotonina/dopamina.
Nosso SNC é muito complexo e pesquisas na área da fadiga do SNC estão ainda nos estágios iniciais, portanto, não existem respostas bem definidas. O que sabemos é que o treinamento adequado (com tempo de recuperação suficiente entre os treinos) e nutrição adequada podem evitar a fadiga do SNC.