por Alex Botsaris
Um recente estudo sobre prevalência de dor na coluna feito pelo CDC nos Estados Unidos avalia que a prevalência (quantidade de pessoas que apresentam um problema num determinado intervalo de tempo) de dores na coluna naquele país, num período de 3 meses, é cerca de 31% em adultos (1/3 dos americanos com 18 anos ou mais). Isso significa que a cada 3 meses 34 milhões de americanos tem um episódio de dor na coluna lombar, 10 milhões tem dor na coluna cervical e 19 milhões dor em ambas, ao mesmo tempo.
Nesse estudo também foi identificado que as pessoas que sofrem de dores na coluna passam por um forte estresse emocional devido à dor recorrente, e que isso prejudica sua qualidade de vida assim como seu desempenho profissional. Por isso o CDC classificou a dor na coluna como “sério problema de saúde pública”. Até hoje, não estão claras as causas de dores crônicas na coluna. Algumas pessoas têm problema identificáveis, como hérnia de disco ou artrose, mas a maioria dos pacientes que sofrem desse mal, não tem uma causa definida.
A medicina convencional possui como armas contra dores na coluna, medicamentos analgésicos, antiinflamatórios e fisioterapia. Essas armas em geral só conseguem debelar os sintomas de uma parte daqueles que sofrem com esse mal. A maioria tem apenas uma melhora parcial e necessita buscar recursos adicionais na medicina complementar para vencer a dor.
No arsenal da medicina complementar encontramos vários instrumentos poderosos de tratamento que podem ajudar muito os portadores de dor crônica na coluna. A mais famosa para esse fim é a acupuntura. Dentre as aplicações da acupuntura, a que foi mais estudada, e comprovada cientificamente foi sua indicação no controle da dor. As agulhas da acupuntura estimulam pontos na pele que induzem a liberação, no cérebro e na medula, de substâncias que atuam como analgésicos: como as endorfinas e as encefalinas. Por outro lado há também uma redução de um peptídeo chamado de substância P que funciona aumentando a dor e a inflamação. Ao nível da medula espinhal a acupuntura bloqueia a entrada de estímulos dolorosos no sistema chamado de “portão da dor”. O resultado disso, é um alívio quase imediato, da dor na coluna após a aplicação das agulhas, na maioria das pessoas.
Um segundo instrumento muito eficiente de tratar dores na coluna é através das técnicas alternativas de fisioterapia como a RPG e o método de Alexander, chamados de “terapias corporais”. Essas técnicas trabalham de várias formas, a postura corporal, relaxam, e alongam a musculatura antigravitacional (aquele que se opõe à força da gravidade para nos manter de pé), e dessa forma contribuem para desfazer espasmos musculares e outros problemas que participam da causa de dores na coluna.
É preciso citar as escolas de manipulação da coluna, a quiroprática e a osteopatia. Essas escolas fazem diagnósticos sutis de desvios na coluna e se propõem a resolver esses desvios. Em geral a estratégia é reposicionar as vértebras, alinhando-as, empurrar as estruturas para seu lugar correto e desfazer compressões de músculos e nervos. Existem trabalhos publicados na literatura, em especial nos Estados Úmidos mostrando resultados surpreendentemente bons com essas técnicas. Isso as tornou famosas nos EUA, onde existem milhares de profissionais legalizados. Aqui no Brasil é mais difícil achar um bom profissional nessa área.
Por fim temos as técnicas de massagem, hoje em dia chamadas de massoterapia. Elas são muito importantes na prevenção da recorrência dos episódios de dor na coluna. Todas pessoas que têm episódios repetidos de dor lombar ou cervical deveriam fazer ao menos uma aplicação semanal de massagem. A massoterapia relaxa a musculatura da coluna, alonga os espaços entre as vértebras, estimula e circulação sanguínea na pele e músculos adjacentes, e isso tudo previne espasmos e compressões.
Entre as principais escolas de massagem temos a sueca, a chinesa (Tui Na) a japonesa (Shiatsu) e a indiana (Ayurveda). Todas são eficientes na prevenção e tratamento de dores na coluna, além de gerarem prazer e relaxamento. Vale a pena experimentar.
Atenção! Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento