por Eduardo Yabusaki
Depoimento de uma leitora:
“Normalmente ele é tranquilo e equilibrado. Porém, algumas vezes ele dá tipo uns pitis. Se não faz o que ele quer, fica com uma raiva muito grande, respira forte, e o ódio e visível. Ele fica louco, diz que fica perturbado. Tudo tem que ser do jeito que ele quer, senão ele surta e pode ser na frente de quem for, ele não está nem aí. Muitas vezes diz que vai se matar, fica fazendo showzinho até conseguir o que quer. Às vezes acho que é frescura, outras vezes acho que é sério. Não sei, mas gosto dele e queria ajudá-lo. Ele me pede ajuda, mas não sei o que fazer. O que poderia ser isso?”
Esta situação descrita por essa leitora não é incomum, porém devemos ter atenção e cuidado com tais eventos e características que, apesar de parecer comum, não deve ser vista ou aceita como algo normal ou tolerável, uma vez que pode representar um grau de destemperamento emocional associado a algum tipo de patologia, ou seja, doença mental mesmo.
É uma condição difícil e delicada e não podemos aqui traçar hipóteses diagnósticas ou mesmo supor o que possa estar acontecendo. Porém, é importante que tenhamos claro que reações explosivas ou agressivas podem ser reações inevitáveis, dependendo é claro das circunstâncias e características de personalidade da pessoa. Apesar de que ainda assim é inaceitável que exponha, agrida ou ameace seu par ou outras pessoas.
Devemos sim sempre amparar, apoiar e ajudar quem vive tais dificuldades, entretanto, não podemos nos iludir em crer que isso será o suficiente. Afinal, existem situações em que isso pode fugir ao controle e agravar ainda mais a situação e condição da pessoa que vive tal situação. Portanto, a ajuda profissional é sempre essencial em casos em que tal comportamento se repete.
Esta situação nos remete a um possível Transtorno Explosivo Intermitente, porém, sem a devida avaliação e diagnóstico, não podemos afirmar nada, mas sim supor que é alguém que precisa de ajuda e apoio para enfrentar tal condição. O tratamento é fundamental nos casos de transtornos mentais, pois só assim as terapêuticas medicamentosas e psíquicas surtirão o seu melhor efeito.
Dicas para lidar com essa adversidade no relacionamento:
1. Procure conversar com o seu par fora do momento de crise ou conflito. Espere passar algum tempo, mas não deixe de falar a respeito e mostrar o quanto isso tudo faz mal, é desnecessário e destrói a todos: a própria pessoa e pessoas próximas com quem convive.
2. Demonstre sempre ao seu par, o seu amparo e apoio em ajudar a buscar por formas de resolução, seja qual for a ajuda profissional necessária.
3. Lembre-a de que o relacionamento depende fundamentalmente de boa convivência e bons sentimentos e esses precisam ser promovidos e estimulados. As situações difíceis serão superadas na crença de tudo que é bom dentro do relacionamento.
4. Não temam falar sobre o que acontece ou sobre a dificuldade em lidar com tais situações inconvenientes, só assim poderão ter o entendimento e a dimensão do quanto isso prejudica o relacionamento e, portanto, o quanto pode ser importante resolverem juntos essa situação.
Lembrem-se que por mais difícil que possa parecer enfrentar e superar essa dificuldade, vocês sairão ainda mais fortalecidos em seus sentimentos, portanto, invistam, vivam e sejam felizes.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo ou médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento.