É possível manter dieta durante viagem de férias?

por Adriana Kachani

Acabo de voltar de Viena e Paris. Além de alguns kilos na bagagem com presentes para minhas filhas, trouxe alguns kilos comigo. É isso mesmo, engordei um kilo e meio. Desespero? Não. É só voltar para minha rotina que eu perco esse excesso.

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Comer faz parte da viagem. Já pensou ir a Paris e não comer no café da manhã deliciosos croissants de chocolate? Evitar o vinho, as carnes com molhos, os queijos após o jantar… E os famosos cafés de Viena? Aqueles doces maravilhosos apresentados em vitrines, que ficamos salivando feito cães magros na porta do açougue? E a Torta Sacher? Provei e trouxe três.

Quando viajamos, sabemos que vamos gastar um tanto; e que esse tanto deve ser reservado anteriormente. Ninguém vai deixar de fazer um programa típico porque é caro. Esse valor já foi planejado antes da viagem.

O mesmo pode ser feito em relação à alimentação. Podemos fazer um leve regime antes de viajarmos (já que estamos ansiosos, na correria para organizar tudo), para termos uma margem de ganho de peso durante o passeio.

Restringir os prazeres alimentares em favor da dieta com uma rigidez espartana não é um comportamento normal. Uma dieta deve permitir que o indivíduo tenha um comportamento social, que possa participar dos prazeres gastronômicos ao qual seu grupo participa. Não estou também sugerindo que devemos comer como se aquele fosse o último momento de nossas vidas. Devorar até o fim a comida do avião, experimentar todos os pães do café da manhã do hotel, aceitar e repetir os doces da tia que fomos visitar.

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Comer adequadamente numa viagem significa planejar, saber de antemão que os passeios finalizarão em pratos saborosos para que possamos reduzir um pouco o café da manhã: sem croissants, somente o básico, do mesmo modo que em casa. É se organizar para o jantar tão sonhado, comendo apenas o trio salada, proteína e energético (light) no almoço. É saber que o marido vai querer companhia para o vinho no jantar e beber somente água durante o dia.

Se tivermos sempre em mente como deve ser uma refeição, nunca nos apertaremos quando estivermos fora de casa. Se levarmos em consideração que a refeição – em qualquer país – deve estar baseada em um alimento do grupo regulador (saladas, verduras refogadas), um alimento do grupo construtor (frango, carne, peixe ou ovo) e um alimento do grupo energético (pão, macarrão, arroz, milho, batata, mandioca e etc – mas cuidado para eles serem bem magrinhos), fica mais fácil montar a refeição. Por exemplo, se você está na França e não resiste ao pão do couvert que tal pedir uma salada com omelete, carne, frango ou peixe?

Se for imprescindível provar um croque monsieur (sanduíche bem calórico, com queijo, presunto, molho branco e queijo gruyere gratinado), daí sim você deve evitar o pão e pedir uma salada de acompanhamento. Se preferir um quiche, lembre-se que ele tem massa (energético), ovos (construtores), legumes… peça para acompanhar uma salada e neste caso esqueça o pão também.

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Brasil

No Brasil por conhecermos os alimentos e tê-los a hora que quisermos em casa, é só não se deslumbrar com os bufês dos hotéis, principalmente naquele hotel- fazenda, tão gostoso de ir com a criançada. Experimente só um doce por dia, um pedaço pequeno, para não dizer que sua nutricionista te proibiu de tudo o que é bom. Evite a feijoada, escolha bem o que comer na hora do churrasco. Para beber, aproveite nossas águas de coco: deliciosas, hidratam e refrescam, com menos calorias do que a caipirinha e a cerveja. Caminhe bastante, curta a hidroginástica do hotel e não fique no esquema piscina-baralho-televisão.

Já na Itália, fugir da entrada – Primo Piatto, como eles chamam, é praticamente impossível. Essa entrada é normalmente uma massa ou risoto. Isso significa que o pão do couvert está automaticamente excluído e que o prato principal deve ser uma carne, frango ou peixe e uma salada ou verdura.

Nos Estados Unidos, as refeições podem ser bem mais fáceis do que você espera. Tudo bem, o País é o "pai" do hambúrguer, mas também é o que mais se desenvolveu na alimentação light. Encontrar uma salada maravilhosa é tarefa fácil por lá. Mas se você não resistir ao sanduíche – escolha opções mais simples, com recheio não empanado, evite a maionese e fuja das batatas fritas. Para isso, a melhor escolha é nunca pedir uma porção para você, no máximo beliscar do filho ou amigo.

Gosto de citar a salada Ceasar, aquela com frango desfiado, croutons e…creme de leite!!! Isso mesmo, creme de leite! A salada, muito equilibrada nutricionalmente (contém alimentos de todos os grupos, constituindo-se assim, numa refeição completa), peca no creme de leite. Certifique-se o local pode substituí-lo por iogurte.

Comer adequadamente na viagem é considerar a refeição como parte da atração: sentar, admirar, saborear, guardar na lembrança. Tenho um livro (que comprei em uma viagem) especial para anotar restaurantes inesquecíveis. Assim, a cada viagem trago fotos, cartões e lembranças de lugares que comi, que não quero esquecer e que gostaria de recomendar a meus amigos.

É importante lembrar que na Europa é muito difícil encontrarmos leite e derivados desnatados. Eles existem, sim, mas são desconsiderados pelo ramo de hotelaria na hora de montar o café da manhã dos hotéis. Se pedir por adoçante, corre o risco de levar um sermão sobre a superioridade do açúcar, como aconteceu com uma amiga minha.

Por essas e outras que, apesar de ter caminhado muitíssimo, volto com meu kilo e meio a mais, sem arrependimentos, com a certeza que me diverti muito. Com a certeza também de que, voltando ao meu ritmo alimentar, em duas semanas estarei de volta ao que era antes.

É possível manter dieta durante viagem de férias?

por Adriana Kachani

Acabo de voltar de Viena e Paris. Além de alguns kilos na bagagem com presentes para minhas filhas, trouxe alguns kilos comigo. É isso mesmo, engordei um kilo e meio. Desespero? Não. É só voltar para minha rotina que eu perco esse excesso.

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Comer faz parte da viagem. Já pensou ir a Paris e não comer no café da manhã deliciosos croissants de chocolate? Evitar o vinho, as carnes com molhos, os queijos após o jantar… E os famosos cafés de Viena? Aqueles doces maravilhosos apresentados em vitrines, que ficamos salivando feito cães magros na porta do açougue? E a Torta Sacher? Provei e trouxe três.

Quando viajamos, sabemos que vamos gastar um tanto; e que esse tanto deve ser reservado anteriormente. Ninguém vai deixar de fazer um programa típico porque é caro. Esse valor já foi planejado antes da viagem.

O mesmo pode ser feito em relação à alimentação. Podemos fazer um leve regime antes de viajarmos (já que estamos ansiosos, na correria para organizar tudo), para termos uma margem de ganho de peso durante o passeio.

Restringir os prazeres alimentares em favor da dieta com uma rigidez espartana não é um comportamento normal. Uma dieta deve permitir que o indivíduo tenha um comportamento social, que possa participar dos prazeres gastronômicos ao qual seu grupo participa. Não estou também sugerindo que devemos comer como se aquele fosse o último momento de nossas vidas. Devorar até o fim a comida do avião, experimentar todos os pães do café da manhã do hotel, aceitar e repetir os doces da tia que fomos visitar.

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Comer adequadamente numa viagem significa planejar, saber de antemão que os passeios finalizarão em pratos saborosos para que possamos reduzir um pouco o café da manhã: sem croissants, somente o básico, do mesmo modo que em casa. É se organizar para o jantar tão sonhado, comendo apenas o trio salada, proteína e energético (light) no almoço. É saber que o marido vai querer companhia para o vinho no jantar e beber somente água durante o dia.

Se tivermos sempre em mente como deve ser uma refeição, nunca nos apertaremos quando estivermos fora de casa. Se levarmos em consideração que a refeição – em qualquer país – deve estar baseada em um alimento do grupo regulador (saladas, verduras refogadas), um alimento do grupo construtor (frango, carne, peixe ou ovo) e um alimento do grupo energético (pão, macarrão, arroz, milho, batata, mandioca e etc – mas cuidado para eles serem bem magrinhos), fica mais fácil montar a refeição. Por exemplo, se você está na França e não resiste ao pão do couvert que tal pedir uma salada com omelete, carne, frango ou peixe?

Se for imprescindível provar um croque monsieur (sanduíche bem calórico, com queijo, presunto, molho branco e queijo gruyere gratinado), daí sim você deve evitar o pão e pedir uma salada de acompanhamento. Se preferir um quiche, lembre-se que ele tem massa (energético), ovos (construtores), legumes… peça para acompanhar uma salada e neste caso esqueça o pão também.

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Brasil

No Brasil por conhecermos os alimentos e tê-los a hora que quisermos em casa, é só não se deslumbrar com os bufês dos hotéis, principalmente naquele hotel- fazenda, tão gostoso de ir com a criançada. Experimente só um doce por dia, um pedaço pequeno, para não dizer que sua nutricionista te proibiu de tudo o que é bom. Evite a feijoada, escolha bem o que comer na hora do churrasco. Para beber, aproveite nossas águas de coco: deliciosas, hidratam e refrescam, com menos calorias do que a caipirinha e a cerveja. Caminhe bastante, curta a hidroginástica do hotel e não fique no esquema piscina-baralho-televisão.

Já na Itália, fugir da entrada – Primo Piatto, como eles chamam, é praticamente impossível. Essa entrada é normalmente uma massa ou risoto. Isso significa que o pão do couvert está automaticamente excluído e que o prato principal deve ser uma carne, frango ou peixe e uma salada ou verdura.

Nos Estados Unidos, as refeições podem ser bem mais fáceis do que você espera. Tudo bem, o País é o "pai" do hambúrguer, mas também é o que mais se desenvolveu na alimentação light. Encontrar uma salada maravilhosa é tarefa fácil por lá. Mas se você não resistir ao sanduíche – escolha opções mais simples, com recheio não empanado, evite a maionese e fuja das batatas fritas. Para isso, a melhor escolha é nunca pedir uma porção para você, no máximo beliscar do filho ou amigo.

Gosto de citar a salada Ceasar, aquela com frango desfiado, croutons e…creme de leite!!! Isso mesmo, creme de leite! A salada, muito equilibrada nutricionalmente (contém alimentos de todos os grupos, constituindo-se assim, numa refeição completa), peca no creme de leite. Certifique-se o local pode substituí-lo por iogurte.

Comer adequadamente na viagem é considerar a refeição como parte da atração: sentar, admirar, saborear, guardar na lembrança. Tenho um livro (que comprei em uma viagem) especial para anotar restaurantes inesquecíveis. Assim, a cada viagem trago fotos, cartões e lembranças de lugares que comi, que não quero esquecer e que gostaria de recomendar a meus amigos.

É importante lembrar que na Europa é muito difícil encontrarmos leite e derivados desnatados. Eles existem, sim, mas são desconsiderados pelo ramo de hotelaria na hora de montar o café da manhã dos hotéis. Se pedir por adoçante, corre o risco de levar um sermão sobre a superioridade do açúcar, como aconteceu com uma amiga minha.

Por essas e outras que, apesar de ter caminhado muitíssimo, volto com meu kilo e meio a mais, sem arrependimentos, com a certeza que me diverti muito. Com a certeza também de que, voltando ao meu ritmo alimentar, em duas semanas estarei de volta ao que era antes.