por Karina Simões
Fazer lista dos desejos com suas respectivas culpas nos ajuda a conhecer nossos pontos fracos e fortes Muitas mulheres vivem um conflito constante entre a busca pelo desejo e a culpa em realizá-lo.
Todos nós podemos estar inseridos nessa briga entre o racional e o que queremos conquistar.
No entanto, optar por sublimar desejos, “matando” alguns sentimentos é muitas vezes um golpe nos impulsos mais profundos. Esse comportamento induz essa mulher a deixar de ser quem ela gostaria de ser, e passa a executar e representar um papel supostamente ideal para agradar aos outros e às convenções sociais. E jamais ela mesma.
Mas será possível para essa mulher realizar seus desejos e viver sem culpa? Talvez não.
Esse dilema entre culpa e desejo não é nada novo dentro do estudo do comportamento humano. Freud já nos ensinava isso ao dizer que para se construir uma sociedade ou uma família, deveríamos reprimir nossos desejos. Isso mostra que a plenitude é impedida e a felicidade é relativizada. E é aqui nesse momento que entra a culpa. Ela nos impede de cometer certos desejos e pulsões servindo muitas vezes como um freio emocional em nossas vidas.
Num processo de olharmos para o nosso eu interior, verificamos que, com muita frequência, há uma forte premência de contrição dos desejos mais profundos por conta da consciência que aponta o que pode ou não ser realizado.
A vida da mulher moderna hoje é recheada de desejos, culpas, pulsões e escolhas. Mas, faço uma ressalva: quem não sabe ou não vivencia o sentimento de culpa são pessoas com um possível traço de psicopatia. Portanto, um bom caminho para saber lidar com todas essas conexões é fazer uma autoanálise e ser verdadeira com você mesma.
Autoconhecimento: faça uma lista de seus desejos e culpas
Comece listando suas seus desejos e culpas lado a lado. Mas saiba que mexer no inconsciente e trazer à tona possíveis feridas e isso pode não ser um processo fácil.
Essa reflexão fará você descobrir seus pontos fracos e fortes, fazendo com que se torne mais segura em suas escolhas e decisões posteriores.
Clarice Lispector
Difícil é praticar o ensinamento de Clarice Lispector, mas tentemos ao menos dar o primeiro passo: “Acho que devemos fazer coisa proibida – senão sufocamos. Mas sem sentimentos de culpa e sim como aviso de que somos livres.”