É possível ser feliz após uma traição conjugal?

A traição conjugal é uma ferida profunda que pode abalar a confiança, a conexão e o vínculo emocional em um relacionamento 

Estudos e algumas pesquisas feitas no Departamento de Ciências Psicológicas e Cerebrais da Universidade Johns Hopkins, sugerem que a traição conjugal é relativamente comum, infelizmente claro.

A taxa de infidelidade varia, dependendo dos critérios e da população estudada, mas algumas pesquisas indicam que cerca de 25% dos homens e 15% das mulheres já foram infiéis pelo menos uma vez. Obviamente, os motivos não compreendem somente a área sexual, como a maioria das pessoas imagina, e variam de caso para caso. Alguns exemplos incluem insatisfação emocional ou sexual no relacionamento atual, busca por emoções, aventuras e liberdade, falta de comprometimento com a relação, oportunidades sociais ou falta de autocontrole dos impulsos.

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É importante ressaltar que cada situação de traição é única, e as circunstâncias podem variar amplamente. As pesquisas fornecem um panorama geral, mas é essencial compreender que cada relacionamento é único e deve ser abordado de maneira individualizada. Procurar ajuda deve ser o primeiro passo para cicatrizar a dor.

Enfrentar a traição requer comunicação aberta e honesta entre os parceiros, para entender as causas subjacentes e trabalhar juntos na reconstrução da confiança.

O que significa, na prática, perdoar uma traição? 

Perdoar é um processo complexo, que envolve aceitar a dor e  buscar apoio emocional e, eventualmente, liberar o ressentimento para permitir a cura e o crescimento individual e como casal. No entanto, o perdão não significa esquecer, mas sim escolher seguir em frente e construir um novo capítulo juntos, se ambos estiverem comprometidos com o processo de reconciliação. Perdoar não é sobre esquecer. É sobre lembrar sem doer. É sobre seguir sem se machucar, apesar de existir a memória traumática vivida. Perdão é cicatriz e não mais ferida.

5 dicas para te ajudar no processo de perdoar: 

1.  Comunique-se abertamente

Tenha conversas honestas e profundas com seu parceiro sobre o que aconteceu, suas emoções e expectativas para o futuro.

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2. Procure apoio psicológico

Busque aconselhamento de um psicólogo(a) de casal, para ajudar a lidar com suas emoções e entender o processo de perdão.

3. Dê tempo a si mesmo

Permita-se sentir todas as emoções que surgem após a traição, mas também dê tempo para processar e curar antes de tomar decisões importantes.

4. Estabeleça limites claros

Defina limites e expectativas claras para reconstruir a confiança e evitar situações que possam desencadear inseguranças.

5. Cultive a compaixão

Pratique a empatia, reconhecendo que todos são humanos e passíveis de erro. Isso pode ajudar na jornada do perdão e na reconstrução do relacionamento, se desejado.

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Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online