É possível trilhar um caminho próprio sem entrar em conflito com a cultura tradicional?

por Saulo Fong

“A tradição é o hábito que impõe limites aos integrantes de um grupo”

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A tradição é um hábito cultural de uma sociedade ou de um grupo de pessoas que gera segurança aos seus integrantes. Por trás da tradição há a ideia de que se muitos já percorreram esse caminho antes e sobreviveram, resta aos novos integrantes trilhar esse mesmo caminho para que não corram nenhum risco e precisem enfrentar uma situação desconhecida.

A tradição é o hábito que impõe limites aos integrantes de um grupo.

Muitas pessoas que desejam seguir um novo caminho acabam entrando em conflito com a grande massa de pessoas que segue a tradição.

Essa atitude faz com que muitas dessas pessoas sejam excluídas ou não reconhecidas pelo grupo, gerando um sentimento de não pertencimento e solidão.

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No campo dos relacionamentos afetivos, podemos observar que as tradições também sofrem alterações ao longo do tempo. Afinal, somos pessoas em constante desenvolvimento e com a possibilidade de explorar novos caminhos.

O próprio casamento é uma instituição que segue uma forte tradição em nossa sociedade, sendo considerada por muitas pessoas até mesmo como uma necessidade para realização pessoal. Entretanto, algumas pessoas já vislumbram novos modelos de relacionamento afetivo que transcendem o modelo tradicional do casamento.

A pergunta que fica é: como seguir novos caminhos sem entrar em conflito com uma cultura tradicional estimulada por diversos meios como: filmes, livros, religiões e até mesmo sistemas legais e econômicos que sustentam essa tradição?

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A resposta está no próprio reconhecimento de que a tradição foi e também é um pilar para trilhar novos caminhos e possibilidades. Seja no campo dos relacionamentos afetivos ou em qualquer outra área onde há a predominância de uma forte tradição, se faz necessário o reconhecimento de todos aqueles que de alguma forma não puderam ou não lhes foi permitido sair da tradição.

Uma forma de reconhecer essas pessoas é dedicar os frutos colhidos nesse caminho a ser explorado a todos aqueles que lhe precederam nessa jornada. Somente assim desfrutaremos da alegria em descobrir o novo juntamente com a plenitude de fazer parte de algo maior que nós.