por Anette Lewin
"Se o relacionamento entre três pessoas for baseado em amor sincero e verdadeiro; permeado pelos cuidados recíprocos que devemos um ao outro; por que tem que ser desaconselhável, proíbido e abominável pela sociedade em tempos de abertura e compreensão?"
Resposta: Ao fazer sua pergunta você já dá praticamente uma resposta. Se a relação funciona, por que proibir?
Se você observar bem, já estamos caminhando para uma abertura onde em breve o envolvimento amoroso não se restringirá a duas pessoas e nem determinará o sexo dos envolvidos. Mas não podemos esquecer que o que ocorre fora da lei, sempre encontra resistência a ser aceito. Toda mudança esbarra em argumentos e pressões que não se contornam com facilidade.
Não podemos esquecer que, em nossa sociedade, a monogamia impera absoluta há muito tempo. Legislar para um casal composto de homem e mulher com fins de procriação, é mais fácil do que legislar por exemplo,para triângulos que visam uma "sociedade" com fins amorosos. E deixar a lei de lado… bem, as pessoas que formam a sociedade não se encontram ainda num grau de evolução moral que possa abrir mão de leis. Os "cuidados recíprocos" que você menciona certamente existem naturalmente na fase da paixão mas evaporam facilmente com o correr dos tempos. Assim, se a lei não servir de base para a sociedade amorosa, o caos certamente se instalará e as emoções em fúria adquirirão um enorme poder destrutivo.
Não podemos esquecer que sociedades amorosas com mais de duas pessoas não constituem uma novidade. Sempre existiram na clandestinidade e ainda existem oficialmente em determinadas sociedades.
Em alguns países é permitido ao homem ter varias esposas, e aí entra a lei, desde que consigam se responsabilizar pelo seu sustento e o sustento da prole. Ou seja, a lei é clara. Não necessariamente justa, abrangente e eficaz. Mas clara.
A sociedade amorosa pode e está se abrindo para novas modalidades que atendam aos anseios das pessoas nas suas formas peculiares de entender os afetos. Quem vivia na clandestinidade amorosa já encontra algum respaldo na lei, na sociedade e nas mídias.
Preconceitos sempre existiram e sempre existirão mas, aos poucos, a liberdade de escolha amorosa vai se impondo e chegando para ficar. E as formas de amor multiplicadas em seus formatos sempre, como diz o poema, serão eternas enquanto durarem.