É possível variar a alimentação diária sem engordar?

por Adriana Kachani

Vocês devem conhecer alguém que come todos os dias a mesma coisa, provavelmente por medo de engordar. Tem também aqueles que não gostam de nada, que têm medo de experimentar algo novo. Neofóbicos. Todos os dias, a mesma comida. Todas as refeições.

Continua após publicidade

Comer todos os dias a mesma coisa remete a regime. Que palavra arcaica! Daquelas que denunciam a idade da gente. Hoje em dia, os jovens – e os modernos – falam em REEDUCAÇÃO ALIMENTAR. A reeducação alimentar, que deve ser orientada por nutricionistas, leva em consideração os hábitos alimentares do individuo, suas aversões e preferências, suas restrições por conta de problemas de saúde, sua atividade física, sua rotina diária…

Ou seja, a dieta torna-se absolutamente individualizada. É por isso que muitas vezes recebo e-mails solicitando dietas, e respondo que só posso prescrevê-las após uma consulta. Por e-mail, só posso enviar orientações que é o que faço nos meus artigos. Tudo muito diferente daqueles regimes prescritos antigamente por médicos, do tipo salada + carne + fruta, o que deixou no inconsciente popular que talvez essa fosse a melhor forma de emagrecer.

Assim, muitas pessoas acreditam que buscar uma fórmula de alimentação diária e repeti-la rotineiramente é a solução. Mas enganam-se. Os motivos são vários. O primeiro deles é a monotonia, que fará com que se enjoe rapidamente desta alimentação. Quem é que consegue, por mais de uma semana, comer todos os dias, no almoço e jantar a mesma coisa? E ainda tem os lanches – quando são feitos – também todos os dias iguaizinhos, duas vezes, durante a manhã e a tarde. Passada a semana, a pessoa que vinha sonhando o tempo todo com alguma delícia, normalmente não se contém e passa comer tudo o que não deveria…

Existe também a questão nutricional. Se alguém come todos os dias a mesma coisa, não haverá variedade de nutrientes, correndo-se o risco de cair numa carência de algum tipo de vitamina ou mineral.

Continua após publicidade

Varie nas saladas

O certo é variar, mas como fazer sem a preocupação de engordar? Comecemos pela salada. Algumas pessoas acreditam que fazer uma salada riquíssima, com enorme variedade de verduras e legumes seja maravilhoso. Pode ser, por um ou dois dias. Mas todos os dias a mesma salada? Assim a melhor solução seria misturar algumas folhas existentes em casa e variar no detalhe: um dia cenoura, outro beterraba, outro queijo minas, outro dia milho, num outro crouton, e etc. E não se esqueça de que a salada tem que ter principalmente alimentos crus. Deixe os cozidos para acompanhamento do prato principal. Precisamos de uma quota de alimentos crus/dia, que cabe justamente na salada.

Em relação ao prato principal, quem disse que tem que ser filé de frango grelhado, todos os dias? Ok, o peito de frango pode ser uma das opções menos calóricas, mas não é necessariamente obrigatório. O frango pode estar cozido no forno ou ensopado, a carne vermelha pode entrar nas refeições duas vezes por semana, também. E o peixe é uma ótima opção, desde que não seja frito.

Continua após publicidade

Para acompanhar, uma verdura ou legume cozido, e ainda um alimento energético. Pode ser arroz e feijão ou batata cozida, que podemos variar com purê ou ainda usando mandioquinha, mandioca, cará, inhame…

Para aqueles que gostam de massa, o arroz + feijão pode ser também substituído por um macarrão – mas com molho leve, de preferência ao sugo. Mas lembre-se que apesar das dietas atuais serem bem permissivas, a quantidade se transforma numa questão chave para conter o ganho de peso.

E a farinha, que o brasileiro tanto gosta de adicionar ao arroz e feijão? Isso já é um excesso, que deve ser reservada para dias especiais, contenha-se com ela, ou o ponteiro de sua balança pode subir mais do que o desejado!