Por Valéria Meirelles
"Sou separada e trabalho fora em um serviço de oito horas. Tenho um filho de cinco anos que fica com minha mãe. Ela já não aguenta a rotina de uma casa e de uma criança. Meu filho está ficando mimado e sem limites. E por não ficar em casa, não posso educá-lo da maneira que pra mim seria a mais correta. Amo fazer artesanato e gostaria muito de trabalhar em casa para mudar essa situação, mas tenho medo de deixar meu trabalho e investir nesse sonho. O que me aconselha?"
Resposta: Aconselho a refletir bem a respeito desta mudança, pesando os prós e contras. Busque informações a respeito de ter seu próprio negócio de bijouterias, procure o Sebrae, troque idéias com pessoas do ramo, pesquise muito. Antes de sair de seu emprego. Encontre um tempo para fazer bijouterias e quem sabe vendê-las aos colegas de trabalho. Crie um plano de ação para si mesma, efetivando seus objetivos a curto, médio e longo prazo. Pense em tudo que precisa fazer para realizá-lo e aos poucos, vá definindo estratégias. Enquanto isto, terá tempo para ver se é o que realmente almeja, gosta e, principalmente, se é viável aí na cidade onde mora.
Outro dia vi uma reportagem sobre uma mulher que só faz bijouterias com matérias orgânicas e sementes. Fez tanto sucesso que exporta para vários países. Ela agiu com estratégia e uniu desejo, talento e necessidade de ganhar dinheiro. Desejo-lhe muito sucesso!
Há 10 anos parei de trabalhar para criar o meu filho. Hoje ele já não precisa mais de mim em tempo integral, e eu preciso MUITO voltar a trabalhar. Só que já estou com 54 anos, e não fiz nenhum curso de atualização durante estes 10 anos. Será que eu ainda tenho alguma chance?
Resposta: O que aconteceu com você é comum. Muitas mulheres priorizam a família e deixam a carreira/trabalho para um outro momento. Aí os filhos crescem, deixam de precisar tanto de cuidados e as mães se perguntam, diante de um possível vazio, o que podem fazer por si mesmas.
Há várias possibilidades e elas dependem de suas expectativas, necessidades e formação. Você pode: se integrar ao mercado de trabalho a partir de uma atividade autônoma; buscar empresas que contratam mulheres acima de 50 anos; fazer um curso técnico que a capacite trabalhar com estética (é uma das áreas de maior expansão), cursar uma pós-graduação, caso tenha nível superior e pleitear uma vaga em sua área de formação. Caso contrário, pense em cursar uma faculdade, por exemplo.
Como ficou muito tempo sem estudar, seria importante que fizesse ao menos um curso de seu interesse, ainda que básico, para ajudá-la na recolocação. Utilize-se também de seus contatos do tempo em que trabalhava para retomar suas atividades.
Garantir a empregabilidade no mercado de trabalho exige esforço e dedicação. Nada muito difícil para quem já criou um filho. E jamais considere-se fora da idade para recomeçar. Há espaço para muitos, desde que saiba onde quer chegar.
Estou enrolada e amando um homem casado. O que eu faço?
Resposta: São inúmeras as mulheres que se relacionam com um homem casado na esperança de que um dia se separem e fiquem com elas. E a maioria, como você, começa sem envolvimento, não acreditando que irão de fato de se apaixonar, até que um dia se percebem ansiosas e preocupas com o rumo que a relação tomou, mais ainda, com o afeto que cresceu em seus corações.
Filhos, esposas problemáticas, dinheiro, valores familiares, comodismo, desejo de ter as duas mulheres pois, elas se complementam, insegurança, status social, status profissional, enfim, são vários os motivos que impedem um homem casado de se divorciar.
E por uma questão cultural mesmo, de gênero, mulheres tendem a se sacrificarem muito mais nas relações que os homens, que são mais pragmáticos. Ainda que a relação entre vocês seja ótima, ela não necessariamente deve ser a responsável pela separação de seu namorado, porque há muitos outros motivos ocultos e anteriores a sua história que devem estar fazendo a diferença e mantendo-o casado, mesmo que ele diga e você sinta, que se sente feliz ao seu lado.
Por que você não procura uma orientação psicológica para investigar quais razões que a mantém numa relação, conforme contou, com frágil perspectiva de futuro? Para que se envolver com alguém que não se pode ter por inteiro? A serviço de quais histórias e mandatos está a clandestinidade de seu amor? Pense nisto tudo e decida você e não ele sua vida, afinal você que é a principal protagonista de sua história.
Atenção!
As respostas desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psiquiatria e não se caracterizam como sendo um atendimento.