Ele & ela: como cada um se sente quando traído?

por Anette Lewin

Mulheres e homens ainda são educados para reagir de forma diferente às emoções que sentem. Às mulheres é permitido expressá-las; ao homem não.

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Com relação às emoções geradas por uma traição, essa diferença também acontece. As mulheres, ao se descobrirem traídas, choram, gritam, discutem, enfim, costumam se expressar para quem quiser ouvi-las: amigas, parentes, colegas de trabalho.

Através desse comportamento catártico, aliado à crença de que "todo homem trai", acabam perdoando várias vezes…

Já o homem traído costuma ter um comportamento diferente; uma vez que ser traído, para ele, é sentido como vergonhoso, tende a esconder o fato da maioria das pessoas. Expressa-se, em geral, apenas para a pessoa que o traiu. Caso opte por ficar com ela, apesar da traição, pode torturá-la por anos a fio com ameaças de abandono. Alem disso, por não se expressar de forma catártica, como faz a mulher, e por problemas de imagem, o homem pode transformar a traição numa obsessão calada. É essa atitude que acaba gerando o crime passional, bem mais frequente no homem do que na mulher.

Apesar dessas diferenças, cada pessoa, seja homem ou mulher, tem suas próprias características e cada casal tem seu próprio contrato de casamento, independente daquele que fez na igreja. Alguns casais são cúmplices a ponto de assumirem uma relação aberta onde cada um faz o que quer; outros "combinam", verbalmente ou não, que a traição é aceita desde que não fiquem sabendo; e assim, milhares de casamentos personalizados são feitos, e a traição, de um modo geral, é abordada, explicitamente ou não.

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Esses contratos pessoais costumam funcionar como atenuantes no quesito traição. Os maiores problemas acontecem quando o casal prefere viver num mundo de fantasia, e encarar a paixão que sentem no inicio do relacionamento como algo inabalável.

Traição é um comportamento bastante frequente, seja por parte de homens ou de mulheres; e nem sempre está ligada a problemas no casamento. Se a fidelidade fosse característica natural das pessoas, não haveria necessidade de leis para garanti-la nos casamentos formais.