Resposta: Se ele te põe para baixo, é porque você dá a ele o poder de ser o dono da verdade; porque sua autoestima está rebaixada; porque você se sente pequena…

Julgar o outro, definitivamente, não faz parte dos elementos essenciais para um relacionamento. Quando se escolhe alguém como par, deve partir-se do princípio que as qualidades de quem se escolheu superam seus defeitos. Se não for assim, para que se relacionar? Escolher alguém com defeitos supondo que com o tempo a pessoa irá mudar… depende. Mas, certamente não é com críticas que se conserta um defeito. É com compreensão, tolerância e vontade de ajudar.

“Ele só me põe para baixo”, você diz.


Vamos avaliar a questão: por que você continua com ele? O que ele diz a seu respeito é verdade? Você acredita que tem tantos defeitos assim? Precisa que ele reafirme diariamente o quão pequena você é? Bem, se você se incomoda com o que ele diz, é por que, de alguma forma, discorda dele. Comece então por aí: tente sair desse círculo.

Pense: como você reage quando ele te põe para baixo? Responde? Cala-se? Chora? Tente inverter a questão: quando ele te puser para baixo pergunte a ele por que, com todos esses defeitos que ele encontra em você, ele continua a seu lado. Ele será obrigado a encontrar alguma coisa boa em você para não parecer incongruente. Afinal, ninguém fica com alguém que só tem defeitos… É uma forma de reconstruir a relação de um jeito mais equilibrado.

No formato em que a relação se encontra atualmente, ele é o certo é você é a errada. Só você tem que mudar. Ele pode continuar do jeito que está. Está certa essa visão? Claro que não!

Para que essa relação possa continuar, é preciso que vocês conversem de forma séria e de igual para igual. Se não conseguirem fazer isso sozinhos, procurem uma terapia de casal. E você, que está se sentindo incomodada, tem que tomar a iniciativa. A não ser que tenha alguma coisa muito obscura que a prenda a ele e a obrigue a aceitar calada a relação do jeito que está. Em outras palavras, se ele põe você para baixo, quem tem que mudar de comportamento é você. Não espere que ele mude do nada.

Como começar essa mudança?

– Para começar essa mudança, reassuma o papel de juíza de suas próprias atitudes.

– Faça uma avaliação de seus pontos positivos e negativos; pense no que você quer e pode mudar e no que não quer ou não pode.

– Avalie também se existe um equilíbrio no seu relacionamento amoroso: você está se dedicando a ele de uma forma sensata? Ou está fazendo igual ele faz: colocando-o para baixo sempre? Porque de nada adianta se defender atacando, não é?

Esse questionamento ajudará você a entender melhor quem você de fato é, o que quer, quais são suas qualidades e defeitos. E evitará que você seja presa fácil de quem se acha juiz do mundo.

Quanto ao seu casamento… bem, aí você tem que resolver se quer ou não ficar nele. As críticas que seu parceiro faz talvez tenham desgastado bastante a relação, mas você tem que ponderar, como foi dito, se ainda sobrou algo de bom nesse vínculo. Se achar que consegue se levantar e dar a volta por cima, tente apresentar a ele uma pessoa mais consciente, remodelada em sua autoestima e disposta a subir, não a ser derrubada.

Se ele estiver disposto a encarar essa mudança, talvez o relacionamento se refaça em bases mais sólidas. Agora, se ele fizer de conta que nada aconteceu e tratar você do mesmo jeito… bem, aí ou você sai ou você assume que vai continuar tudo desse jeito. E não vale reclamar.

Atenção!

Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.