por Ana Luiza Mano – psicóloga componente do NPPI
A internet apresenta uma possibilidade de comunicação diferente da que realizamos face a face.
Há múltiplas oportunidades de trocar informações, dados e até conversar com amigos – tudo ao mesmo tempo. A pergunta seria, então: existe alguma diferença entre encontrar-se online e presencialmente? Nesses tempos modernos fica difícil responder com precisão quais as diferenças substanciais entre esses dois modos de convivência social. A tecnologia nos apresenta novos equipamentos a todo instante, cada vez mais precisamente personalizados e adaptados ao estilo de vida de cada indivíduo que venha a utilizá-los. Qual seria uma distinção significativa entre esses meios de contato?
O alcance pela comunicação via internet é muito mais amplo (mundial) e rápido que o da conversação tête-à-tête, portanto há uma vantagem inegável quando os quesitos eleitos para comparação são a praticidade e a agilidade. Em contrapartida, podemos questionar esse argumento quanto à estabilidade e velocidade das conexões – as tão conhecidas “quedas na rede” – que por vezes nos interrompem durante uma tentativa de diálogo virtual. Na vida online, no entanto, é possível comunicar-se com várias pessoas ao mesmo tempo e tratar de diversos assuntos simultaneamente. Durante a comunicação virtual em termos gerais, porém, a sensação do toque e a capacidade de perceber odores ficam inviabilizadas.
Por outro lado, a realização de atividades e trabalhos que envolvem grande número de pessoas acaba se tornando mais organizada quando feita virtualmente, uma vez que nesse ambiente há meios para que todos possam expressar suas opiniões e pode-se até criar um histórico de reuniões para posterior consulta, caso seja desejado. Numa videoconferência há um limite de visualização da outra pessoa, devido ao tamanho da tela, não é possível enxergar totalmente o espaço físico em que a outra pessoa se encontra, ao contrário de uma conversa presencial.
A comparação proposta sem dúvida dá margem a estas e muitas outras considerações. A intenção deste breve artigo não é propor ao leitor a opção exclusiva por um desses meios de comunicação em detrimento do outro, mas, sim, promover uma reflexão sobre qual deles utilizar diante de cada situação específica.
Por exemplo, qual seria a “melhor” forma de se iniciar um relacionamento pessoal ou profissional? Algumas pessoas ainda preferem conhecer o outro presencialmente antes de estabelecer qualquer tipo de relacionamento. Outros apostam nos recursos virtuais de imediato para estabelecer seus contatos, quase que sem qualquer avaliação ou reflexão prévia.
De todo modo, por enquanto parece seguro apenas concluir que a vida moderna é composta tanto do mundo online quanto do universo presencial, como ambientes e meios que se intercomunicam. Nosso desafio, no momento, é aprender a circular nesses espaços de forma equilibrada e complementar.