por Thaís Petroff
“A raiva por si só não é ruim e nem boa, assim como qualquer outra emoção. Bom ou ruim é o que fazemos com ela”
As emoções são importantes atributos que temos e que, além de nos permitirem nos relacionarmos com coisas, pessoas e situações (são elas que motivam nossos comportamentos) também são termômetros de como as percebemos. Sem as emoções, nosso funcionamento e respostas seriam muito diferentes.
Uma das emoções muito mal “compreendida” é a raiva. Ela é vista por muitos como algo ruim e prejudicial.
A raiva por si só não é ruim e nem boa, assim como qualquer outra emoção. Bom ou ruim é o que fazemos com ela. Podemos utilizar a energia que ela gera (que é muita) para destruir ou construir. Por exemplo, para praticar uma atividade física, fazer uma faxina ou sovar uma massa de pão. Enfim, qualquer atividade que requeira mais energia, que seja mais vigorosa, assim como é com a raiva.
Quando se tem consciência do que gerou uma determinada emoção e se relaciona melhor com esse conteúdo, passa-se então a não sofrer tanto pela emoção resultante, seja ela de tristeza, medo ou raiva, porque aceita-se essa emoção ao invés de brigar com ela.
Meu conhecimento e experiência me mostram que muitas vezes a raiva pode ser uma forma de defesa contra o medo que se sente frente a uma situação, mas que não se percebe. O que acaba se percebendo é somente o que se vê diante disso: uma reação de agressividade. Isso abre uma oportunidade de perceber a raiva de outra maneira: uma tentativa de se proteger (bem como as reações instintivas dos animais quando percebem perigo – fogem ou atacam).
O que devemos nos perguntar é: “O que estamos temendo?”, “Há realmente uma ameaça ou nós que interpretamos a intenção da pessoa desse modo?”
É possível que através desses questionamentos percebamos que fazemos diversas distorções cognitivas (veja aqui) em contextos que não necessariamente há uma ameaça mas, por percebermos desse modo, sofremos.
Reveja suas reações agressivas, perceba quando a raiva aparece, reflita se há a percepção de ameaça e você está respondendo “eriçando os pelos e colocando as garras de fora”; veja se há realmente necessidade disso contra essa pessoa ou se há o medo da vulnerabilidade e, para evitar isso, ataca.
Aproveite as situações para se conhecer e poder trabalhar sobre elas.