por Elisa Kozasa
“Todos nós vamos envelhecer algum dia”. Este é um chavão que não reflete a realidade. Estamos envelhecendo aqui e agora neste momento, seja qual for a nossa idade atual.
O que ocorre é que a partir de um ponto de nossa história de vida, este envelhecimento se torna mais aparente, devido aos processos degenerativos que aos poucos vão se instalando.
Esta semana mesmo uma amiga que é casada e de meia-idade, mas não tem filhos e parentes próximos, estava refletindo sobre o envelhecimento: “Quero ter uma morte rápida, pois não tenho quem cuide de mim”. Infelizmente, não podemos escolher como será a nossa morte, mas podemos sim interferir na nossa forma de viver.
Ao invés de nos preocuparmos com o morrer, que é inevitável e imprevisível, podemos nos ocupar de algo bastante útil, ou seja, a maneira de viver. Viver de maneira mais longa, saudável e feliz que nos for possível, e para isto, temos que assumir a nossa quota de responsabilidade sobre isto.
Para tanto, devemos nos ocupar de manter a nossa capacidade funcional pelo melhor tempo possível. E estou falando não apenas da funcionalidade física, mas também da mental.
Hoje em dia existem vários grupos voltados para a terceira idade ou para a melhor idade que proporcionam atividades físicas e lazer especializados para essa faixa etária, mas o ideal seria que essas atividades e ocupações prazerosas tivessem sido parte de uma vida inteira.
Existe também uma preocupação quanto à demência e perdas cognitivas, e pesquisas diversas têm sido desenvolvidas para compreendermos melhor suas causas e consequências e principalmente para tentarmos descobrir como evitá-las.
Infelizmente sabe-se hoje em dia que há o fator genético envolvido na origem de ao menos parte delas, como a doença de Alzheimer. Por outro lado, sabe-se que pessoas com alto grau de escolaridade, e que mantêm-se mentalmente ativas e ocupadas, parecem desenvolver mais tardiamente os prejuízos cognitivos. É como se elas estivessem fazendo uma ginástica cerebral, “marombando” o cérebro. Dessa maneira, elas conseguem preservar por mais tempo sua capacidade de memória, atenção e tomada de decisões.
Se percebermos nossos pais e avós tendo dificuldades para decidir o que fazer, mesmo em tarefas aparentemente simples, devemos nos lembrar que faz parte do processo de seu envelhecimento e que atenção, paciência e carinho são especiais neste momento!
Dicas de leitura:
Khalsa, DS & Stauth C. Longevidade do Cérebro. Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 1997.