por Elisa Kozasa
Neste 26 de abril é o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial.
Mudar a maneira de encarar os problemas da vida e a postura perante os desafios; não levar tudo tão a sério, atividade física e dieta adequadas orientadas por profissionais idôneos são formas de se prevenir a hipertensão
Costumeiramente faço uma pergunta aos meus alunos de graduação quando abordo o tópico hipertensão:
Quantos de vocês conhecem alguém próximo que seja hipertenso?
Sempre, quase todos levantam a mão. “Quantas dessas pessoas tomam os medicamentos de maneira recomendada pelo médico?” Uma boa parte deles não levanta mais a mão. “E quantos desses modificaram o estilo de vida de acordo com as recomendações dos profissionais de saúde?” Quase ninguém mais ergue o braço.
Hipertensão é banalizada por ser um problema silencioso
Por mais absurdo que possa parecer, boa parte dos hipertensos sequer utiliza os medicamentos de acordo com sua necessidade e muito menos se preocupa com o estilo de vida. Por se tratar de um problema silencioso, muitos pacientes acreditam que não é tão sério (ou não querem acreditar), porém, quando as consequências dessa negligência para com a saúde aparecem, essas são bastante graves: uma insuficiência cardíaca, um acidente vascular encefálico (o famoso derrame), dentre outros.
A sequência de perguntas que faço para meus alunos dos cursos da área de saúde é proposital, para que eles percebam o grande desafio que eles têm pela frente: não é apenas o problema do diagnóstico ou do acesso ao tratamento. Um grande desafio é realmente fazer o paciente compreender a necessidade de seguir o tratamento à risca e no caso de problemas crônicos de saúde como a hipertensão, a importância da mudança de comportamento que incluem dentre outros componentes, atividade física adequada e dieta alimentar.
Vale ressaltar que não se trata de começar a fazer qualquer atividade física, sem a orientação devida, e também não é para se submeter a qualquer dieta da moda. Cada problema de saúde requer uma orientação sobre quais exercícios podem ser realizados e qual o tipo de alimento mais conveniente.
E talvez a próxima e importante mudança seja a mais difícil: mudar a maneira de encarar os problemas da vida e mudar sua postura perante os desafios. Dentre os candidatos a se tornarem hipertensos, com suas devidas exceções, encontram-se aquelas pessoas facilmente irritáveis, e com um espírito competitivo acima da média. Ou seja, não levar os problemas tão a sério, pode ser uma maneira de reduzir seus riscos para a hipertensão.
Sedentarismo e obesidade também podem ser combatidos com uma mudança de atitude, que envolve provavelmente não apenas o próprio sujeito, mas também sua família. Jovens obesos e hipertensos tem especial “ajuda” dos pais nessa condição, devido ao tipo de alimento servido diariamente e que é o hábito da família.
Deixar a criança em frente à televisão e com o videogame também é uma maneira bastante fácil de não dar a ela a devida atenção e envolvimento, como sair com ela para jogar bola, ou simplesmente caminhar junto e CONVIVER. Isolamento e falta de carinho não podem ser substituídos por fast-food, presentes e outros mimos.
Considerando que mudar nossas atitudes pode nos ajudar a reduzir nossos problemas com a hipertensão, devemos dar a elas uma maior atenção, bem como os profissionais da área de saúde precisam ser preparados para nos ajudar nesse desafio.
Dica de site:
Sociedade Brasileira de Cardiologia: www.carciol.br