Por Tatiana Ades
Muitas pessoas se assustam quando presenciam um caso de abuso físico, verbal ou emocional de um homem contra sua parceira e percebem que esta não faz absolutamente nada.
Dei esse nome para essa síndrome tão discutida nos EUA e Europa e que nada se fala aqui no Brasil.
Seu nome original é battered woman syndrome – tradução livre: síndrome da mulher agredida.
Vamos entender o porquê dessa mulher muitas vezes não reagir às agressões sofridas.
Fase 1
Na fase 1 da síndrome é o momento onde a tensão se instala. Ou seja, o homem deixa de fazer a pose de bonzinho e começa a se mostrar raivoso, impaciente e frio.
Nesse momento surge um conflito, onde a mulher possivelmente irá acreditar que é apenas uma fase ruim do homem.
Fase 2
Permanecendo nessa fase de conflito, ela já estressada, entrará na fase 2, onde o homem realmente irá agredi-la de diversas maneiras, como antes citamos: verbalmente, emocionalmente e/ou fisicamente.
Nesse período caótico, a mulher começará a viver os conflitos de um trauma, muito parecidos com os do estresse pós-traumático (estresse após situação de intenso perigo).
Durante essa fase, ela poderá criar a sensação de não ter poder o suficiente para deixar de ser dominada por esse homem. A sensação é de que indo embora, tudo será pior, pois na cabeça dela, nem a ajuda legal, policial ou mental irá ajudar.
Ela está num momento de estresse tão alto que não consegue agir.
Muitas mulheres acabam bebendo e se envolvendo em drogas nessa fase tão angustiante, no intuito de descarregar tamanha tensão emocional.
Fase 3
A fase três é a fase "lua de mel", quando o homem pede desculpas e ela aceita.
Fechando essas três fases, uma bola de neve se inicia e cresce sem parar.
Se você vive uma situação de abuso e sente que não consegue fazer nada, saiba que há muito a ser feito, tanto em termos legais quanto mentais.
Busque a Delegacia da Mulher e busque ajuda profissional para recuperar a sua autoestima.
O processo é doloroso, mas permanecer nele pode ser fatal.