Por Marta Relvas
O cérebro humano é marcado por extraordinárias transformações neurais que possibilitam a aprendizagem de inúmeras habilidades que se desenvolvem pelo aperfeiçoamento dos sistemas sensoriais, motores e das funções cognitivas. Assim, a partir do amadurecimento do cérebro, o ser humano torna-se gradativamente mais capaz de centrar sua atenção, de compreender e utilizar a linguagem e de formar relacionamentos sociais complexos.
Durante os dois primeiros anos de vida, desenvolvemos bilhões de conexões entre os neurônios chamadas de sinapses, ante um mundo cheio de novidades, a ponto de um bebê ter um número bem maior dessas conexões do que o adulto.
Ao longo do tempo, as sinapses não utilizadas sofrem reduções funcionais, gerando “podas neurais”, enquanto outras são criadas e reforçadas, formando redes de comunicação neuronais mais concentradas e eficientes.
Experiências de vida levam-nos à descoberta de “atalhos”, que fortalecem nossas rotas neurais mais eficientes, à medida que usamos frequentemente. Outro importante episódio que o nosso cérebro realiza, é o processo de mielinização, que é a formação de uma bainha lipídica que passa a revestir os prolongamentos dos neurônios, os axônios, e que como um fio elétrico, protege os sinais e aumenta em mais de 100 vezes a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos.
Importante destacar que a mielinização acontece a partir dos prolongamentos posteriores do cérebro e com o tempo avançam até a parte frontal, e como resultado, espera-se que as funções orientadas pelo lobo frontal estejam mais definidas com o passar do tempo.