por Elisa Kozasa
Burnout –“Exaustão emocional traz um sentimento de incapacidade de enfrentar as dificuldades, trazendo irritabilidade, pessimismo e perda de generosidade. Na despersonalização há um distanciamento emocional e indiferença diante do sofrimento alheio; passa-se a tratar os demais colegas ou clientes como se fossem objetos. Em termos do comprometimento da realização pessoal, a pessoa sente-se infeliz, e com baixa autoestima”
Eu já não aguento mais!!!
Bem, se esta frase costuma fazer parte do seu repertório é melhor repensar algumas coisas em sua vida, e tomar atitudes para mudá-las, pois você pode estar sofrendo de burnout. O burnout é uma síndrome multifatorial relacionada a fatores internos (como vulnerabilidades biológicas e psicológicas) e externos (como o ambiente de trabalho).
Esse conceito de popularizou principalmente nos Estados Unidos na década de 90 significando um nível devastador de estresse. As situações, em especial no trabalho, podem ser avaliadas pelo profissional de maneira negativa, como ameaçadores e poderão conduzir à exaustão física, emocional e mental.
Síndrome de burnout afeta três áreas
A síndrome de burnout afeta três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e comprometimento da realização pessoal. A exaustão emocional traz um sentimento de incapacidade de enfrentar as dificuldades, trazendo irritabilidade, pessimismo e perda de generosidade. Na despersonalização há um distanciamento emocional e indiferença diante do sofrimento alheio; passa-se a tratar os demais colegas ou clientes como se fossem objetos. Em termos do comprometimento da realização pessoal, a pessoa sente-se infeliz, e com baixa auto-estima. Estas são as dimensões avaliadas pelo Inventário de Burnout de Maslach, em que altos escores nas duas primeiras dimensões e baixos escores na terceira referem-se um burnout mais acentuado.
Absenteísmo e presenteísmo
No trabalho há uma tendência ao absenteísmo ou ao presenteísmo. Esta última refere-se àquela situação em que o profissional está presente, por simples obrigação, mas não apresenta uma produtividade compatível com as exigências de sua função. Ele age mecanicamente, com pouca iniciativa e baixa capacidade de concentração. Ele está lá, mas é como se não estivesse.
Como se livrar do efeito devastador do estresse?
O profissional que se reconhece nessa situação deve buscar auxílio psiquiátrico e psicológico, procurar mudar seu estilo de vida, como incluir atividade física e melhorar a qualidade da alimentação. Talvez seja o momento inclusive de repensar os rumos de sua carreira e a sua participação em determinada empresa ou instituição. Há empresas e departamentos com chefias arcaicas que não percebem a importância de valorizar o profissional. Muitas vezes nos vemos apegados a lugares e cargos e não somos capazes de perceber o que realmente nos deixaria satisfeitos.
É preciso reconhecer limites
É importante reconhecer que temos limites; são nossas limitações que nos fazem humanos, e faz parte desta experiência humana saber declinar de excessos.
Quando nos colocamos indispensáveis, indispensáveis podemos nos tornar, e certamente seremos sobrecarregados.
Certa vez, conversando com um guru indiano, Rishi Prabakar, que dirige uma organização que ensina uma modalidade de yoga, Siddha Samadhi Yoga, em diversos países, ele me disse: “enquanto as pessoas tentam se tornar indispensáveis, procuro tornar-me dispensável, assim tenho tempo para viajar e passar minha experiência pelo mundo afora, nos lugares que quero visitar e conhecer”.
Talvez seja um exemplo radical, mas me fez refletir muito sobre como conduzir minha vida. Procuro delegar e confiar nas pessoas que percebo preparadas para desempenhar determinadas tarefas, dessa maneira elas têm uma oportunidade de aprendizado e eu também, caso contrário, ficaria repentindo coisas que já conheço e não teria tempo para novas experiências.
Dicas de leitura:
Marilda Lipp. O stress do professor. Editora Papirus, 2002.
Mara Lúcia Madureira e Renata Montenegro. Excesso de trabalho. http://www.abqv.org.br.