por Emilce Shrividya Starling
Muitas pessoas não se aceitam. Não aceitam o que lhes acontece. Não aceitam como os outros são. Querem ter o controle de tudo. Querem controlar a vida e as outras pessoas.
Então, elas questionam: "Mas por que isso aconteceu comigo? Eu sou tão boa. Isto é injustiça".
"Por que fulano não muda"?"" Por que ele insiste em agir assim comigo? Não mereço isso".
Assim vivem culpando os outros, querendo controlá-los, mudá-los, culpando a vida, os acontecimentos, culpando sua sorte, até Deus.
Não entendem que o único erro está em sua mente negativa, em sua própria atitude, em sua não aceitação de sua própria colheita do momento presente.
A natureza do mundo é ser como é. Tudo está de acordo com um plano divino. É da natureza de cada um se expressar de acordo com suas tendências poderosas psíquicas e mentais.
Como um filme continua a ser o que é, gostemos dele ou não, assim também nossa vida continua a ser como foi intencionada para ser. Estamos em um lugar determinado, em um tempo determinado, de acordo com nosso 'computador cármico calculado'.
Não é fatalismo, mas nunca somos vítimas das influências externas. Não existe injustiça. Colhemos o que plantamos nessa vida e em outras. (clique aqui e leia )
Qualquer coisa que acontece no mundo externo é um reflexo de algo que criamos no mundo interno. O pensamento conduz à ação, que conduz à reação ou efeito correspondente ao pensamento. Desse modo, colhemos o que semeamos.
"O ser humano semeia um pensamento e colhe uma ação.
Semeia um ato e colhe um hábito.
Semeia um hábito e colhe um caráter.
Semeia um caráter e colhe um destino"
Em vez de querer mudar pessoas ou circunstâncias externas, ou apenas procurar resolver nossos problemas externos, é necessário contemplar e descobrir que lições precisamos aprender, que virtudes precisamos desenvolver com cada problema. Compreender o que Deus e o universo estão querendo nos ensinar.
Fomos condicionados a pensar que as outras pessoas ou as circunstâncias externas nos afetam. Mas, primeiramente, somos afetados pela nossa atitude em relação às coisas. Depende de nós que sejamos afetados negativamente ou positivamente.
A lei cármica divina não é punição, é um aprendizado. É uma oportunidade divina para encontramos o caminho do Dharma, do dever.
Quando aprendemos a lição, quando praticamos o caminho da retidão, da verdade, da luz, nós nos sintonizamos com a lei de harmonia universal.
Ações corretas produzem bons resultados. Atos errados conduzem às más consequências. É importante compreender essa máxima: Não há felicidade ou tristeza não merecida .
Isso é difícil de entender, não é? Como não lembramos o que semeamos no passado ou em vidas passadas, não entendemos isso com facilidade. E, podemos até nos revoltar, nos sentirmos injustiçados, e pensar que Deus se esqueceu de nós.
Porém, precisamos nos libertar da raiva, da tristeza, da não-aceitação, e ter a compreensão de que tudo que acontece é para nosso aperfeiçoamento e transformação para melhor.
Nada acontece por acaso. No momento presente estamos vivenciando, pelas condições e circunstâncias da vida, o que foi criado por nós no passado.
Da mesma maneira, que se plantarmos repolho, colheremos repolho e não outra coisa, colheremos o que plantamos no passado, com nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações. Essa é uma lei inexorável.
Não temos controle sobre esse carma acumulado, porque tudo está de acordo com a justiça universal divina.
Essa vida é um palco estabelecido para que possamos vivenciar nosso carma na atmosfera certa. Não podemos mudar este mundo; não podemos mudar os outros. (Compreender isso nos liberta de um grande peso)
Tudo é como é. Não há nada para reformar. Tudo o que temos que fazer é mudar a nós mesmos. É agir corretamente. É obter o correto dentro de nós. O externo cuidará de si mesmo.
Mas, temos uma saída. Apesar de não podermos ficar livres das causas do carma, podemos ficar livres dos efeitos do carma, suportando-o com aceitação, com paciência, com entendimento, sem revolta.
Isto faz toda a diferença em nossa vida e em nosso interior. Em vez de ficar lamentando, sentindo-se vítima, sofrendo sem resolver nada, podemos escolher aceitar e aprender.
O Dharma (o dever) é a lei de justiça universal. É buscar o auto-aperfeiçoamento e aprimoramento interno, desenvolvendo virtudes como a tolerância, paciência, compreensão, bondade, agradecimento, caridade.
Dharma é libertar-se da raiva, do ódio, da inveja, da maldade. É não prejudicar os outros com pensamentos, palavras e ações. É ir alcançando o autodomínio sobre sua mente, seus sentidos e emoções.
É perdoar em vez de guardar ressentimentos, é ajudar sem esperar recompensa, é expandir amor como os raios do sol.
Quando compreendermos verdadeiramente que as futuras condições de nossas vidas são determinadas por nossos pensamentos, palavras e ações de hoje, viveremos cada momento com mais responsabilidade.
A Filosofia do yoga nos ensina que quando fazemos algo de bom para os outros, estamos fazendo para nós mesmos, pois fazemos parte da unidade universal. Por isso, dizemos: "Obrigado por poder ser útil a você, obrigado por poder lhe ajudar." Fique em paz! Namastê! Deus em mim saúda Deus em você!