por Gilberto Coutinho
A palavra “Ayurveda” origina-se do sânscrito, antiga língua indoariana que se tornou o idioma sagrado da civilização brâmane e a mãe de todos os dialetos falados hoje em quase toda a Índia. “Ayur” significa “vida”, e “Veda”, “conhecimento”, “ciência”. Portanto, “Ayurveda” é normalmente traduzido como: “A Ciência da Vida”, ou “Conhecimentos da vida”.
O Ayurveda é a milenar e sábia medicina tradicional da Índia, reflete uma longa tradição e uma profunda ligação com a sua cultura. É considerado pela maioria dos especialistas como sendo um dos ramos (upaveda) dos Vedas, mais especificamente do Atharva-veda, e a mais antiga das medicinas, com mais de 5 mil anos de existência.
Na introdução do Cháraka Samhitá (samhitá = coleção ou enciclopédia; um dos três maiores tratados de Medicina Ayurveda e o mais popular), há uma menção de que o Ayurveda seja um ramo do Rig-veda (talvez, por se saber que as habilidades de cura dos jovens irmãos gêmeos Ashwini Kumari – divinos médicos celestiais – foram registradas, posteriormente, neste Veda) e do Atharva-veda.
Mais antiga literatura indoeuropeia, os Vedas compreendem um conjunto de escrituras sagradas de várias filosofias e religiões da Índia, tais como: o Hinduísmo, o Vedismo e o Bramanismo. A palavra “Veda”, cujo significado é “sabedoria”, “conhecimento”, origina-se da raiz sânscrita “vid”, “conhecer”. Compostos por quatro extensos livros, os Vedas são conhecidos, tradicionalmente, como “Livros da sabedoria”: Rig-Veda, Yajur-Veda, Sama-Veda e Atharva-Veda.
Tais escrituras são consideradas sagradas e “verdades eternas” pelo fato de terem sido reveladas (shruti = revelação) por Brahma (o Criador) aos antigos e grandes sábios (rishis) da Índia, enquanto eles meditavam profundamente nas florestas ou em eremitérios. O termo sânscrito “rishi” significa “sábio”, “vidente” e deriva-se da palavra “dris”, “ver”, “enxergar”. Os Vedas, os Brâhmanas e os Upanishads são todos tidos como uma revelação védica (Shruti).