Entenda a relação entre autoestima e simplicidade

Na primeira parte desta entrevista, a escritora e especialista em Desenvolvimento Humano Susanne Andrade explicou por que as atitudes simples são sempre naturais. Ela falou sobre a relação entre simplicidade e intuição.

Agora, na segunda e última parte, Susanne aborda a relação entre autoestima e simplicidade. A escritora revela duas crenças que nos impedem de viver com simplicidade e dá dez dicas para você viver de forma mais simples.

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Vya Estelar – A senhora enxerga alguma relação entre autoestima e simplicidade?

Resposta: Há uma relação bem bacana entre elas. Autoestima é justamente como eu me vejo e o amor por mim. No meu livro, “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, esse é um dos temas que trabalho dentro da inteligência emocional, falando sobre a questão da autoestima. Ali, digo que um dos inimigos da autoestima é justamente a comparação: Quando me comparo com o outro, isso é complexo, é destrutivo para a mente humana. É necessário mudar a perspectiva dessa comparação, desse inimigo, para uma modelagem. O que é modelar? De forma simples, começo a buscar referências de pessoas, do que elas já realizaram e começo a entender o que preciso fazer para conquistar isso.

Não olhe para o lado 

Tem muitas pessoas que acessam as redes sociais se comparando com os outros e isso cria um estado emocional muito negativo, que abaixa a autoestima. Por exemplo, quando você vê que alguém viajou para um país e você não, a simplicidade é chegar na pessoa e perguntar: “Nossa, eu vi que você viajou para tal país. O que você fez para ir para lá? O que você conseguiu de desconto de passagem, de hotéis? Me ajuda a realizar também”.

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Ou seja, ao invés de você ficar nesse sofrimento, nessa complexidade de ficar ferrando com a sua autoestima, você vai trabalhar a modelagem. Dessa forma, você tem uma atitude para conquistar o que quer e isso fortalece sua autoestima.

Vya Estelar – Quais são as crenças mais recorrentes que podem nos impedir de viver com simplicidade?

Resposta: Através de nosso mindset (mentalidade ou configuração da mente) precisamos mudar crenças limitantes que atrapalham, para crenças fortalecedoras que ajudam de forma muito simples.

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Há duas crenças que atrapalham muito. Uma é de que se as pessoas ouvirem elogios, irão se acomodar. Se acredito nisso, não vou elogiar ninguém. Nós precisamos entender que nesse mundo ágil de simplicidade, o reconhecimento é a melhor forma de engajar. Quanto mais elogios, mais elas se sentem engajadas e reconhecidas. Elogiar sempre, cada vez mais, é uma crença fortalecedora que ajuda a quebrar tudo aquilo que trava e atrapalha.

Outra crença limitante é as pessoas acreditarem que o erro prejudica o processo. Precisamos aprender com os erros: esse é o caminho para o sucesso. É o errar rápido, para acertar rápido. Quando penso dessa forma,  entendo que errar é humano, simples assim. Entender que aprender com o erro, é o caminho para poder crescer e trazer mais resultados. Lembro ainda que agilidade é assertividade, ou seja, defender suas ideias com clareza, sempre respeitando o outro.  

Vya Estelar – E agora, uma lista de dez ações práticas para viver de forma mais simples:


Identifique o seu propósito na vida – quando você identifica o seu propósito, identifica aquilo que está mais na sua essência.

Invista em sua inteligência emocional.

Assuma o protagonismo

Construa um ambiente colaborativo.

Lidere de maneira humanizada.

Flexibilize e dê adeus ao medo de errar.

Inove desapegando do passado para viver o presente.

Encante as pessoas ou seus clientes com um simples “obrigado”.

Demonstre vulnerabilidade para aprender com os outros.

10ª A grandiosidade está em assumir quem você é e se amar com autenticidade.

Vya Estelar – Caso queira complementar a entrevista com alguma orientação, fique à vontade? 

Resposta: Gostaria de acrescentar que a simplicidade de toda a inovação, hoje, é entender que o mundo está cada vez mais tech, de tecnologia, e cada vez mais touch, que é esse toque, e depende, principalmente, do contato entre as pessoas. O diferencial do profissional hoje é desenvolver soft skills – habilidades não técnicas -, aprendendo a se relacionar de maneira humanizada e com maestria. No mundo capitalista, a tendência é a de sair de um Business to Business (B2B) ou Business to Consumer (B2C), para o Human to Human (H2H). Esse mundo é cada vez mais humanizado e digo que essa é a grande disrupção desse mundo tecnológico e ágil. O poder da simplicidade está aí, justamente na humanização.