por Elisa Kozasa
No último artigo (clique aqui), falei sobre as diversas atividades que poderiam contribuir no processo educacional das crianças. Um leitor desta coluna sabiamente sugeriu falar sobre o escotismo e concordei plenamente com ele.
Lembro-me de que em minha infância falava-se mais a respeito do escotismo, dentre outros motivos porque três personagens de Walt Disney, muito famosos na época, Huguinho, Zezinho e Luizinho eram escoteiros e motivo de orgulho para seu tio, o pato Donald. Como toda criança saudável, esses personagens são travessos, mas há um diferencial, pois eles têm um senso de disciplina, solidariedade, preocupação com a comunidade e respeito à natureza, acima da média.
Dificilmente na educação formal temos disciplinas que abordem, e sobretudo, nos ensinem na prática como desenvolver esses sentimentos e o envolvimento com essas questões cada vez mais fundamentais para a própria sobrevivência de nossa sociedade.
Um dos aspectos que mais me chama a atenção é a Lei Escoteira que baseia-se, com algumas variações, nos princípios abaixo.
O escoteiro:
1. É digno de confiança
2. É leal
3. Pratica todo dia uma boa ação
4. É amigo de todos
5. É cortês
6. É bom com a natureza
7. É obediente e disciplinado
8. Sorri nas dificuldades
9. É econômico
10. É limpo em pensamento, palavra e ação
Esses são valores simples que precisam ser cultivados e estimulados nos jovens, em uma sociedade de competição e consumo como a nossa.
O escotismo foi criado pelo inglês Robert Baden-Powell, um militar condecorado como herói por diversas façanhas que realizou principalmente na África, continente que ele amava e que escolheu para viver seus últimos anos (ele faleceu aos 84 anos), juntamente com sua esposa, Lady Baden-Powell, que se tornou a chefe mundial das Bandeirantes (movimento também criado por ele).
Após vencer batalhas memoráveis e retornar para a Inglaterra, ele percebeu que sua experiência na Índia e na África e seu conhecimento sobre a formação de jovens guerreiros em diversas tradições, poderia ajudar na formação dos jovens de todo o mundo. Ele se retirou do serviço militar e passou a dedicar sua “segunda vida” para o desenvolvimento do escotismo.
Interessante notar que sua vida até então envolvida boa parte do tempo na tensão de batalhas sangrentas, permitiu-lhe vislumbrar um mundo solidário com jovens bem educados e formados, e que essa seria sua grande contribuição para o mundo.
Dicas de de leitura:
World Organization of the Scout Moviment: www.scout.org
União dos Escoteiros do Brasil: www.escoteiros.org.br