por Roberto Goldkorn
Li em algum lugar que nos EUA a escrita cursiva será aos poucos desestimulada no sistema de ensino.
É perfeitamente compreensível, uma vez que os jovens escrevem praticamente tudo no teclado de um computador.
Para quem trabalha com a grafologia como eu, essa tendência tem duas implicações. A primeira é como a escrita (no meu caso vale principalmente a assinatura do nome) reflete e reforça estruturas da mente, se essa estrutura estiver doente, poderá até fazer bem não escrever a mão. Se eu tenho um mecanismo natural que reflete e reforça o que está desequilibrado em mim, é melhor que pelo menos eu não os realimente.
A segunda face desse problema, é que esse mecanismo é uma via de mão dupla: a escrita também pode atuar como terapia!
Uma mente altamente perturbada e até um grave desequilíbrio físico, irão se refletir na escrita, na assinatura do nome em primeiro lugar e na escrita cursiva em segundo.
Um menino de doze anos com sérios distúrbios mentais e sociais, tinha uma letra que parecia escrita cuneiforme. O trabalho com ele foi o velho e quase desconhecido caderno de caligrafia. Cada letra é um circuito carregado de significados universais e pessoais, assim quando colocamos essas letras de forma mais organizada, legível, aberta e equilibrada, vamos buscar os mesmos efeitos nos núcleos cerebrais e mentais que lhes correspondem.
Assim, escrever pode acabar sendo uma boa terapia, na medida em que “domamos” pela força da nossa vontade, os cachorros loucos da nossa mente.
É óbvio que não se trata de um método milagroso, nem da cura de todos os males da alma e do corpo. Mas mudar a escrita, seguindo uma determinada orientação, e persistir, evitando recaídas, pode ajudar muito e de forma econômica a restabelecer o equilíbrio.
Mas não se enganem com esse método aparentemente fácil: muitas pessoas sofrem com a dificuldade de lutar contra os padrões gráficos que já saem desorganizados e “doentes” do cérebro e quando chegam as pontas dos dedos, são como cavalos xucros difíceis de domar.
Só a persistência, a vontade de melhorar podem fazer com que escrever bem se torne uma terapia eficiente e acessível.