por Luiz Alberto Py
A esperança é um estado de espírito, uma dimensão de nossa alma que não depende nem de observar o mundo nem de avaliar situações. A esperança não é um prognóstico, é uma orientação do coração que transcende o mundo vivido diretamente e está ancorada em um lugar longínquo, além da realidade.
Suas raízes se encontram em algum espaço transcendental. À medida da esperança não é a medida da nossa alegria quanto ao bom andamento das coisas e da nossa vontade de investir em empreendimentos que levem ao sucesso, mas é a medida da nossa capacidade de nos empenharmos por algo bom e não por um sucesso garantido.
Quanto mais desvantajosa for a situação na qual perseveramos com nossa esperança, tanto mais profunda ela será. Esperança não é otimismo. Não é a convicção de que algo terá um final feliz, mas a certeza de que algo tem sentido, sem considerarmos como terminará. A esperança é capaz de nos manter vivos, de nos estimular a boas ações, é a responsável pela grandeza do espírito humano e de seus esforços. E nos dá força para viver e para experimentá-la de novo, mesmo nas circunstâncias mais desfavoráveis. (a inspiração é de Václav Havel, político tcheco)