por Luiz Alberto Py
O Cristianismo, a partir do apóstolo Paulo, qualificou três virtudes como teologais, ou seja, de origem divina. São a fé, a esperança e a caridade ou amor.
Depois de pensar sobre a fé, vale a pena uma atenção às ideias de Vaclav Havel sobre esperança. Esta é um estado de espírito, uma dimensão de nossa alma que não depende nem de observar o mundo nem de avaliar situações.
A esperança não é um prognóstico, é uma orientação do coração que transcende o mundo vivido diretamente e está ancorada em um lugar longínquo, além da realidade. Suas raízes se encontram em algum espaço transcendental.
A medida da esperança não é a medida da nossa alegria quanto ao bom andamento das coisas nem da nossa vontade de investir em empreendimentos que levem ao sucesso, mas é a dimensão da nossa capacidade de nos empenharmos por algo bom e não por um sucesso garantido. Esperança não é otimismo, mas a certeza de que algo tem sentido, sem considerarmos como terminará. Provavelmente é de uma fonte espiritual que captamos a mais profunda e importante esperança. Aquela que – contra tudo – é capaz de nos manter vivos, de nos estimular a boas ações e que é responsável pela grandeza do espírito humano e de seus esforços. Esta esperança nos dá força para viver e para experimentá-la de novo, mesmo quando as circunstâncias são totalmente desfavoráveis.