Por Joel Rennó Jr.
Costuma ter início na adolescência (em alguns casos na infância), dificilmente ocorre após os 30 anos de idade. A hereditariedade pode ser um fator de risco maior, assim como o parto traumático (ou com sofrimento fetal) e o uso de drogas.
Há vários trabalhos científicos sérios que demonstram uma chance aumentada de esquizofrenia em até dez vezes entre usuários de maconha que possuem genes predisponentes ao transtorno.
Geralmente, a esquizofrenia começa a partir de alterações comportamentais na adolescência. É comum o jovem se isolar socialmente, ficar desconfiado e com medos infundados a respeito da realidade que o cerca. Concomitantemente, pode haver prejuízos na funcionalidade do paciente nos diversos níveis de atuação.
Os primeiros sintomas, quando o início não se dá por um surto franco, são insidiosos, começam com:
• Esquisitices
• Alheamento social e familiar
• Isolamento
• Queda de rendimento escolar e laboral
• Ideias bizarras
• Comportamento estranho e injustificado
• Ideias de perseguição ou de grandeza
• Delírios religiosos
• Alterações do ciclo sono-vigília
• Mutismo
• Alucinações (visuais ou auditivas)
• Ato de falar sozinho.
Como tratar a esquizofrenia?
É importante que se saiba que o doente mental não é necessariamente perigoso ou agressivo, quando recebe tratamento adequado. O tratamento com um psiquiatra e com os fármacos indicados faz, em muitos casos, que os pacientes com transtornos mentais tenham uma vida normal e os surtos e recaídas sejam exceções e não regra.
Recaídas em pacientes sob tratamento variam entre 12 e 15%. Em pacientes não tratados ou não diagnosticados corretamente, o risco de surtos psicóticos atinge em torno de 70%.
Os pacientes com esquizofrenia sofrem muito preconceito pela falta de informação das pessoas em geral, estereótipos, ou distorções da realidade que são veiculadas nas mídias. Um dos grandes problemas quando o assunto é esquizofrenia é a baixa aderência ao tratamento. É comum os pacientes abandonarem o tratamento, fumarem excessivamente (o que pode diminuir o efeito do medicamento) ou usarem concomitantemente drogas como álcool, maconha e cocaína, que pioram o curso da doença levando a surtos psicóticos frequentes.
Pacientes esquizofrênicos em tratamentos regulares podem ter uma vida bem ajustada do ponto de vista psicossocial e familiar. Hoje dispomos de antipsicóticos eficazes e com menos efeitos colaterais. Há diferentes tipos e graus de esquizofrenia e cada caso deve ser analisado individualmente, por psiquiatra experiente, que oriente a família como proceder.
O paciente esquizofrênico em tratamento correto não é mais ou menos violento que qualquer pessoa da sociedade e tal informação precisa ser do conhecimento de todos. Essas pessoas são marcadas por fortes estigmas sociais, precisam de tratamento humano e adequado a fim de conseguirem se reintegrar à sociedade, trabalhar, estudar, e viver dignamente.
Fonte: www.psiquiatriadamulher.com.br