Por Roberto Goldkorn
Ao longo desses anos tenho lido e ouvido as teorias mais bizarras (do meu ponto de vista) sobre as nossas origens, o nosso destino, a terra oca, o planeta chupão, o salto quântico e outras histórias que ferem a minha sensibilidade provinciana, baseada no velho bom senso "pequeno burguês".
Mas talvez sob a influência dos desvarios do Carnaval, me animei em também participar desse bloco do "chute cósmico". Como costuma acontecer foi o meu filho, "xiita" de carteirinha, que me deu o mote. Ele não acredita em Deus (mas tenho certeza que reza em segredo para que Deus em pessoa o convença de sua existência), e acredita que a humanidade por tudo que fez não tenha mais direito de permanecer no planeta.
Ao contrário dele acredito que Deus não pode ter errado tanto, na verdade acho que acerta sempre, e como disse o meu amigo Einstein "Deus não joga dados". Está certo que se olharmos a nossa volta, vamos ver um panorama aparente que mais fortalece as teses do meu filho do que as minhas, mas vamos entrar na avenida.
Mas já que estou com vontade de citar ouçamos Marx que disse: "Se a essência e a aparência das coisas se confundissem, não haveria ciência."
Os antigos gregos acreditavam que tudo que existe é composto de quatro elementos, que se apresentavam na natureza puros ou misturados entre si. Terra, fogo, água e ar são esses elementos primordiais. Mas alguns poucos sabiam de um quinto elemento o éter, que poderia ser traduzido toscamente como o elemento espiritual.
Bem, a ocupação e a comunicação do homem sobre o planeta, se apoiou na exploração de cada elemento, senão vejamos. Os estudos mostram que o berço da humanidade foi a África, e que de lá hordas de humanos saíram para a Ásia e para a Europa, a pé. Assim a primitiva onda migratória foi feita caminhando-se sobre a terra.
Milhares de anos depois, o homem dominou o elemento Água, e se espalhou pelas Américas, Austrália e o resto do mundo. Milhares de anos depois o homem dominou o ar e literalmente ocupou quase todos os cantos do planeta.
E o elemento Fogo, perguntarão vocês? Eletricidade, luz, laser, fibra ótica. Da mesma forma que o elemento Fogo é incidental (não está em determinado lugar com os outros) ele é usado em suas formas controláveis para comunicar. Olhando assim sob essa perspectiva parece que esse processo obedece a um plano não é?
Bem, vamos continuar na nossa "viagem". Desde que o homem construiu a primeira civilização, ele não parou de desenterrar "coisas". Ferro para fazer as espadas e lanças, carvão para fazer a pólvora e aquecer as casas e locomotivas, pedras para adornar o seu ego, petróleo para mover os seus transportes e dar-lhe a ilusão de liberdade e etc.
Reparem que o homem vem esvaziando (sob vários pretextos) o planeta de seu recheio mais denso. O carvão e o petróleo são resultantes da morte de espécies que antes em vida habitavam a superfície do planeta. A nossa Terra ao abrigar todos esses cadáveres ficou densa, grosseira, e seu forte "magnetismo" atraia seus habitantes para baixo, grudando-os o aproximando-os a morte escondida em seu interior.
É inegável que todos esses "tesouros" subterrâneos foram maciçamente empregados como meios de destruição (homem contra homem e homem contra planeta). Em poucos anos (mais 100 ou 200) teremos esvaziado a terra de seu peso mortal. O planeta ficará mais "leve" mais sutil, mais livre de suas cargas nefastas. Sem petróleo, sem carvão, sem ferro, sem gases, sem plutônio, o homem vai buscar energia no vento (ar), no Sol (fogo), na Água e mais tarde no éter, ou seja, na sua relação tempo-espaço-mente.
Por isso acredito em Deus, não acho que o homem foi uma invenção desastrada de um Deus que se arrepende, ou uma evolução fortuita que surgiu de uma combinação randômica de fatores. Outro dia assisti a um vídeo onde peixinhos bicavam um manati (espécie de peixe-boi) para comer as algas que se grudavam no seu couro, aliviando-o dessa vegetação incômoda, embora suas beliscadas também o incomodassem.
Algo me diz que nós, a humanidade, somos esses peixinhos. O nosso papel aqui seria contribuir para aliviar a Terra de sua carga pesada, tornando o planeta mais "espiritual" ao retirar elementos pesados e mortíferos de seu interior liberando-os para uma transmutação mais rápida.
Nesse processo ganharíamos uma carona na evolução do planeta, numa relação simbiótica onde o hospedeiro recompensa o hóspede pelos serviços prestados. É um delírio eu sei, mas em tempos de guerra do Iraque, Carnaval e Fernadinho Beira-Mar, até que vai bem acompanhado de uma cerveja gelada e salgadinho de queijo. "Sou, mas quem não é?"