Por Edson Toledo
A sensação é que você está prestes a explodir. O cérebro já não trabalha da mesma forma e seu corpo começa a agir de uma forma estranha. Seria um ataque cardíaco? Um acesso de raiva? Estaria perdendo a sanidade?
Uma crise de estresse é o sinal de que o nível tolerado pelo organismo já passou da conta. É uma forma de ele dizer que algo não está nada bem.
É sabido que durante uma crise de estresse, o corpo e o cérebro ficam sob um número excessivo de estímulos, sejam eles sensoriais ou mentais, que levam o funcionamento psíquico e muitas vezes, até fisiológico, à exaustão.
Estressar é uma reação natural
Não nos esqueçamos que o estresse é uma reação natural do ser humano ligado à natureza de seus ancestrais que precisavam ativar um sistema de alerta todas as vezes que se sentiam em perigo. Nos animais, a reação comum ao estresse é a fuga, o ataque ou a camuflagem. Já os humanos reagem de inúmeras outras formas, por meio de respostas físicas, cognitivas e emocionais.
Passado o momento de grande estresse, o corpo se autorregula (homeostase) e volta ao normal. Entretanto, isso não quer dizer que ele não terá outras crises. Nem todas as pessoas reagem da mesma maneira, mas podem apresentar sintomas comuns, vejamos alguns deles.
– Cérebro a mil por hora
O nível de atividades cerebrais é elevado devido à descarga de hormônios. Além disso, o aumento do fluxo sanguíneo pode gerar dor de cabeça.
– Pressão lá em cima
O sangue percorre todo o corpo e é fundamental para o bom funcionamento dos órgãos. Porém, a pressão arterial deve ser mantida sob controle, o que não acontece durante a crise. O sistema nervoso simpático é ativado, fazendo com que a pressão sanguínea aumente devido à elevação dos batimentos cardíacos no qual os músculos tencionam.
– Tensão muscular
Mais uma vez os hormônios são os “culpados”. A mensagem que o cérebro recebe de perigo iminente faz os músculos ficarem rígidos, como se o corpo estivesse se preparando para um ataque. Em crises muito fortes ou frequentes, a rigidez é tanta que podem provocar tensão nos ombros e pescoço.
– Suor frio
A adrenalina é o hormônio que afeta a quantidade de açúcar no sangue, a gordura das células adiposas, e é o responsável pelas reações fisiológicas da pessoa como a sudorese, quando as mãos e pés ficam frios. Assim, transpirar em excesso pode ocorrer mesmo em dias frios. A transpiração pode ser generalizada ou concentrada em algumas partes, como mãos e axilas.
– Coração acelerado
Sentir que o coração vai “sair pela boca” é comum nas crises de estresse, sendo muitas vezes confundido com um infarto – o que pode assustar bastante. Porém, a taquicardia é uma resposta do coração ao metabolismo acelerado. O sintoma também é muito comum em crises de ansiedade e pânico.
– Descarga de hormônios
Por mais que o individuo não perceba, diversos hormônios são disparados no organismo, contribuindo para várias alterações orgânicas. Substâncias como o cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, e a adrenalina inundam o corpo criando as condições para lutar ou fugir. Quando o cortisol é liberado regularmente, durante um período de estresse muito prolongado, ele acaba afetando todo o organismo da pessoa, como a circulação, a respiração, os batimentos cardíacos e até o sistema imunológico.
Fonte: Segredos da mente Cérebro e Estresse. Ano 2, nº 3, 2018.