Se você acredita que, nos momentos mais estressantes da carreira, deve focar ainda mais no trabalho e no raciocínio, preterindo os cuidados com a saúde, o corpo e o próprio bem-estar, errou.
Segundo o psiquiatra Frederico Porto, a estratégia de abandonar os cuidados com o corpo em períodos tensos, como o da atual crise econômica, implica menor velocidade e capacidade de solucionar problemas.
"Cair em estado de trabalho contínuo, esquecendo que o corpo precisa de recuperação, é um erro. Executivos que praticam exercícios e não perdem o foco na saúde contam com vantagem competitiva importante em relação aos demais, que pode ser traduzida em menor ansiedade e estresse, além de capacidade de tomada de decisões mais rápida", completa.
Toda pessoa deve praticar atividades que promovam relaxamento, como hobbies ou esporte. "Diante da crise, o corpo não identifica se o estresse é psicológico ou físico. Por isso, tentar resolver apenas mentalmente um problema não é solução. O estresse se mantém, quando poderia ter sido amenizado pelo efeito de uma sessão de ginástica ou de corrida, antes de uma reunião estressante", explica.
O ser humano possui controles puramente técnicos para liberar o estresse. É este o caso de determinados exercícios respiratórios. Inspirar e expirar por um período de tempo maior, por exemplo, alivia a tensão e eleva o rendimento do executivo no trabalho. O esporte funciona da mesma maneira.
Outra indicação é manter uma dieta equilibrada. "Ingerir frutas pela manhã e um lanche nutritivo antes do almoço, por exemplo, é algo altamente benéfico. A boa alimentação ajuda a transcender o estresse. Por isso, deve-se evitar abusos, como o consumo de café sem moderação. Duas xícaras – de preferência, tomadas antes das 18 horas – estão de bom tamanho.
Outra forma de minimizar os efeitos da pressão é melhorar a gestão do próprio tempo. "Quebre em pedaços as tarefas difíceis. Use sua habilidade para resolver cada pedaço de uma vez. Assim, terminada a tarefa você terá sensação de finalização e ânimo para ir além", explica Frederico.
Happy hour deveria ser prescrição médica
Para aqueles que precisam de ânimo adicional e que têm sofrido pressão a ponto de não conseguirem recarregar as baterias apenas no final de semana, um remédio bastante interessante: um bom happy hour na sexta-feira. Segundo o psiquiatra, o happy hour deveria ser prescrição médica nesta época de crise.
"A dica é relaxar com os amigos no final do expediente. A equipe, os executivos e profissionais – todos – que passaram a semana inteira tensos, discutindo, criando e correndo atrás de soluções para os novos contextos do mercado com a crise merecem momentos de alegria. E a troca que ocorre durante um happy hour enriquece a todos"
Fonte: Frederico Porto – médico psiquiatra