Estudo da USP mapeia os diferentes tipos de assédio

Da Redação

Em 2017, o mundo testemunhou a reação de mulheres da indústria do entretenimento americano contra uma série de abusos da parte de figurões que permaneciam protegidos por uma estrutura que, por muitos anos, foi erguida para desacreditar vítimas.

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As consequências do levante estão sendo sentidas não apenas entre celebridades, mas no dia a dia de pessoas comuns que, aos poucos, encontram forças para lutar contra o assédio em suas mais diferentes formas.

Uma pesquisa de pós-doutorado defendida na Faculdade de Direito (FD) da USP colocou sob o microscópio uma série de comportamentos que constituem o assédio, em especial, aquele que acontece nos ambientes de trabalho e passam despercebidos tanto por vítimas, quanto pela Justiça que deveria protegê-las. Em Assédio Laboral – Mobbing, a advogada Ivanira Pancheri destrincha conceitos que, embora cada vez mais conhecidos, ainda estão longe da compreensão do grande público.

Tão antigo quanto o próprio trabalho, o assédio moral “jamais se deu de forma tão contundente quanto agora”, descreve a pesquisadora na abertura de seu estudo. Embora seja considerado um fenômeno global pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), somente nas últimas décadas o tema vem recebendo um destaque maior na mídia, nos meios médicos, nos meios jurídicos e demais áreas de conhecimento.

Nesse contexto, como ponto de partida, Ivanira defende que “distingui-lo de outras modalidades de acosso é capital para delimitar o campo de estudo do objeto, qual seja, o comportamento assediante que sucede em função do trabalho”.

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Formada pela FD em 1993, a advogada especialista em direito penal começou a se dedicar ao estudo das diferentes formas de assédio recentemente, após uma experiência em primeira pessoa com o tema. “Por infelicidade, eu tive um contato pessoal com isso” revela ao confirmar que a partir do episódio, Ivanira decidiu estudar o tema academicamente, não apenas para aprofundar termos de pesquisa, mas também como forma de “alertar sobre um fenômeno cruel, ardiloso, devastador, e com consequências inestimáveis do ponto de vista de saúde, física, mental e social”, pontua.

De acordo com a ela, a ideia inicial era abordar, no campo penal, a questão da ética junto com a criminalização e transitar por abordagens mais novas e diferenciadas do que tava acontecendo em termos gerais na mídia, mercado e pesquisa.

Para conhecer os diferentes tipos de assédio – clique aqui.   

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O trabalho de pós-doutorado foi orientado pelo professor Roberto Augusto de Carvalho Campos, especialista nos campos de bioética e biodireito.

Mais informações: e-mail  paniva46@gmail.com, com Ivanira