Por Samanta Obadia
Meu sentimento nestas últimas semanas em relação ao povo brasileiro é de grande decepção. Fico triste ao perceber que nossos governantes não prezam pelo nosso maior Bem, nossa terra. Assusta-me o quanto roubam de todos e de si mesmos, posto que cada um deles é um brasileiro como nós.
Todavia, diante dos últimos acontecimentos como a greve dos caminhoneiros, esperava que o povo estivesse unido entre si. Mas não foi o que aconteceu. Vários episódios de abusos foram narrados. Comerciantes usurpando consumidores, serviços indiretos e não afetados pela falta de combustíveis, mais caros simplesmente para se aproveitar da necessidade das pessoas. O egoísmo e o individualismo foram esfregados em nossas caras.
De que adianta um discurso de reclamação contra a corrupção dos governantes, quando muitos cidadãos agem de forma igual? Moralismo hipócrita que fala mal do outro, mas que repete o ato quando ocupa um lugar vantajoso, de poder.
O que falar para nossas crianças diante de tantos maus exemplos? Como ensinar ética e pensamento crítico sem modelos a seguir? A violência, a insegurança, a corrupção nos dói a cada dia; mas a desunião dilacera a força necessária para reconstruir um mundo melhor.
O que eu posso dizer agora? Ainda que instável, não desistirei de acreditar no futuro, porque ainda que hajam muitos desunidos, existem os que resistem e lutam a favor de um povo que possa ser saudável em sua construção do bem coletivo.
Finalizo com o estimado Caio Fernando Abreu, quando ele diz: “Decepções são apenas uma forma de Deus dizer: eu tenho algo melhor para você.”