Da Redação
O exame das artérias da retina representa uma extraordinária oportunidade para entender o que se passa nas artérias do cérebro. Não é difícil compreender que há uma associação entre o estado da retina e do cérebro quando pensamos no fato de que eles eram uma só estrutura nas primeiras semanas de existência do embrião.
Quando estudamos, percebemos que eles são parecidos em vários aspectos. Tanto o cérebro quanto a retina apresentam células especializadas em fazer a interface com o sangue e que funcionam como um eficiente filtro daquilo que pode ou não entrar em contato com esses órgãos.
Na prática, é importante saber que quando doenças como a hipertensão arterial e o diabetes chegam a alterar as artérias da retina, elas também já estão fazendo mal às pequenas artérias do cérebro. Essas alterações são conhecidas como Doença de Pequenos Vasos Cerebrais e representam uma das principais causas de perda do desempenho cerebral em idades mais avançadas. Isso vai silenciosamente enchendo o cérebro de pequenas cicatrizes ou buraquinhos, facilmente detectados pela Ressonância Magnética.
O que fazer para proteger nosso cérebro dessas lesões?
Tomar as mesmas atitudes que boa parte das pessoas sabe que são eficazes para reduzir o risco de um infarto do coração ou derrame cerebral:
– Não fumar;
– Praticar atividade física;
– Reduzir o estresse;
– Consumir bebidas alcoólicas com moderação;
– Adotar uma dieta saudável e o controle do peso;
– Para quem tem doença do coração, alterações do colesterol, diabetes ou hipertensão arterial, tratar essas condições com preciosismo.
Fonte: Dr. Ricardo Teixeira é Doutor em Neurologia pela Unicamp