Existe um jeito ideal de discutir?

Veja neste post 6 dicas de como discutir ou conversar com o outro sobre uma situação delicada, conflituosa…  

Desavenças e divergências existirão sempre em qualquer relacionamento e em qualquer convivência familiar. A questão aqui é como podemos diminuir o impacto nocivo dessas discussões que causam e acirram as diferenças e as mágoas tanto entre os membros familiares como entre os casais.

Costumo dizer e orientar os casais e famílias que atendo que não é saudável evitar todas as desavenças, ou seja, colocar tudo sempre “embaixo do tapete”, evitar a ponto de parecer uma fuga ou até mesmo como Freud nos falava sobre o mecanismo de defesa: a negação. Se evitarmos todos os conflitos e fugirmos de confusão, como muitos costumam dizer, também evitaremos que a intimidade apareça e seja construída. A intimidade é um sentimento necessário e é construído pouco a pouco quando enfrentamos os problemas e conseguimos resolvê-los.

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E qual é o jeito melhor ou ideal de discutir?

Sugiro que escolha um problema por vez. E pense no real motivo dessa divergência vivida. Para que as suas emoções não desviem o foco, comece explicando como você se sente e não atirando a culpa no outro. Fale de você e não do outro. Use frases que começam com “eu” e não use as que começam com “você “.

Algumas dicas sobre discutir algo delicado:

1. Reconheça os seus sentimentos e considere também os sentimentos da outra pessoa.
2. Valide os sentimentos do outro.
3. Fale frases que começam com “eu”. Isto faz você assumir a sua parte.
4. Não reaja. Seja menos reativo e mais reflexivo.
5. Aceite sua vulnerabilidade e sua fragilidade em determinados momentos. Isto faz parte do amadurecimento emocional.
6. Não presuma a intenção da outra pessoa. Aprenda a ouvir. Ou seja, deixe o outro mostrar o que sente. Entender bem os sentimentos alheios é a base da empatia bem como para os relacionamentos funcionais.

Lembre-se que quanto mais o seu relacionamento se basear em tirar vantagens ou em buscar sempre ter razão, como se fosse um jogo de disputa entre vocês, mais provável ele se tornará com raízes emocionais de hostilidade e raiva. Assim, é uma escolha sua se expressar com afeto e apreço, ou com críticas e hostilidades. Você pode decidir ser gentil ou não. Temos escolhas a fazer a todo momento.

Para finalizar reflita: por que gritamos e falamos alto? Gritamos quando temos a sensação de que o outro não está nos ouvindo. Os nossos sentimentos precisam ser escutados. Ouça-os.

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online