Já há formulações cosméticas para reparar os danos causados à pele exposta à luz azul
Esse é um assunto recorrente, mas ainda se sabe pouco sobre a luz azul e seus efeitos na pele. A luz azul é contemplada dentro da luz visível. Portanto, está presente tanto nos raios solares como nos aparelhos digitais.
Sempre é bom lembrar que a luz visível (LV) corresponde à faixa de radiação visível ao olho humano em um espectro que varia de violeta ao vermelho, que vai de 400 até 700 nanômetros (nm) e seu impacto na pele é, dentre as radiações estudadas, o menos explorado na literatura.
A energia da radiação solar na superfície da Terra é dividida da seguinte forma: 6,8% UV (0,5% UV-B, 6,3% UV-A), 38,9% de LV e 54,3% de IR. Os diferentes comprimentos de onda na LV apresentam ações biológicas distintas, vou explicar direitinho cada comprimento de onda:
A Radiação ultravioleta (UV) compreende o UV-B, que vai de 290 até 320nm e também a UV-A, de 320ª 400nm).
A radiação de luz visível (LV) vai de 400 a 760nm e a radiação no infravermelho também se divide em duas faixas: *IR-A, que vai de 760 a 1440nm e IR-B, de 1440–3000nm.
Achou complexa essa história da exposição da pele à luz azul?
Mas é importante para poder entender que a exposição da pele à radiação solar apresenta uma série de efeitos biológicos, muitos bons e muitos ruins, e conhecendo estas faixas onde as luzes nos atingem, fica mais fácil entender o porquê de usar determinados cosméticos formulados especificamente para proteger a pele e os cabelos em cada faixa de radiação luminosa.
A luz azul artificial
A luz visível pode ser emitida por fonte natural, o sol, mas também de fonte artificial, como equipamentos eletrônicos: celulares, tablets, computadores, TVs e até lâmpadas de LED.
As principais preocupações com a luz azul começaram a surgir depois que os médicos relacionaram a exposição à luz azul ao prejuízo nos olhos e até ao aumento do nível de estresse de crianças e adultos.
Além disso, muitos estudos evidenciaram que a luz dos aparelhos estimula o cérebro e impacta na produção de melatonina, o hormônio do sono. Com isso, a insônia passou a ser um problema atrelado à luz emitida pelas telas.
Um estudo apresentado no ano passado aqui no Brasil, mostrou o impacto promovido pela exposição à luz azul e ao espectro de luz visível no envelhecimento da pele e ficou claro que estes induzem uma exacerbação na síntese da enzima de matriz MMP-1, um marcador clássico que indica os danos causados pela radiação na pele, intensificando o envelhecimento precoce.
Como proteger-se?
A indústria cosmética está sempre atenta e algumas empresas já desenvolvem produtos com reparação aos danos causados pela luz azul. Fórmulas específicas com ação antioxidante podem diminuir a formação de radicais livres causada pela luz azul natural e artificial.
Observe sempre a rotulagem e verifique se existem testes clínicos comprobatórios contra a luz azul nos dizeres do produto. E valem sempre as recomendações clássicas: não dormir ao lado do celular e controlar bem o tempo exposto ao sol. Sua pele agradece!
*IR- radiação infravermelha